Eu pensei várias vezes no que colocaria na minha coluna que surgiu no site Intervenções Urbanas, que tinha grande ligação a revista virtual e site Omelete Marginal. Estava em dúvida se deveria falar ou não sobre Stand Up ser ou não teatro, já que gerou uma longa discussão ao decorrer das opiniões de quem deveria ou não concorrer ao Prêmio Omelete Marginal, que teve seu lançamento na terça-feira (20/10/2009), na Boate The One Club, na Praia do Canto. Eu estive lá, para ver de perto os escolhidos para as categorias de teatro, mas não consegui (quem manda ser baixinho!), então quando cheguei a conectar ao site e vi quem eram os escolhidos, eis que veio certa decepção, a maior delas é ver “Dinossauros… Ou Ainda é Hoje” indicado para três categorias: Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Diretor. Em palavras bem chulas e desprovidas de pudor: QUE MERDA!
Uma direção simplória, com um ator que não sabe entonar sentimentos em cena e uma atriz… Tá, a atriz é a única coisa boa na peça, mas mesmo ela perde, pois atropela a risada do público, com medo de não dar tempo de contar sua história, que fica perdida, pois você não a ouve. A iluminação é mal utilizada, projetando sombra dos atores no cenário, o texto é seguido a risca… Calma, galera, a risca que eu digo é que não ouve modificações em falas que seriam necessárias serem alteradas, deixando a desejar. O ator está concorrendo contra outros do porte de Mauro Pinheiro, que está fantástico em “Rosas Brancas para Salomé”, não podendo nem comparar com a PÉSSIMA atuação do fraco ator de “Dinossauros… Ou Ainda é Hoje”. A atriz, uma velha conhecida dos palcos capixabas, não está mais possibilitada a concorrer com atrizes que simplesmente, além de atuar cantam em cena, como Nívia Carla, que foi uma das melhores escolhas do diretor Leandro Bacellar (concorrendo como Melhor Diretor e Melhor Ator) para a peça “Boulevard, 83” (que concorre merecidamente a Melhor Peça Teatral, mesmo com seus problemas de elenco). O diretor compete com pessoas do nível de Vírginia Jorge (Melhor Diretor), que apostou no talento da atriz Fabiola Buzim (Melhor Atriz) no solo cênico “A Menina” (Melhor Peça Teatral) e Marcelo Ferreira que simplesmente está ótimo dirigindo e atuando em “Fahrenheit, 451”, que também compete em Melhor Peça Teatral.
Comparar “Dinossauros… Ou Ainda é Hoje” a todos estes, é simplesmente rebaixá-los, pois a peça é totalmente inferior a todos os outros que citei antes. Isso sem contar nossos concorrente interestaduais, como “Cárcere”, que surge como ator e diretor de fora do estado… Ah, mas o autor do livro é capixaba! PARA TUDO… o “AUTOR DO LIVRO” é capixaba, mas a adaptação e atuação são de São Paulo, então devemos considerar a peça de onde? O mesmo falo de “Auto da Defunta Nua”, com atriz capixaba, mas toda feita, planejada, dirigida e escrita em São Paulo, mal vindo para o estado, a não ser que tenha maiores interesses lucrativos. E eu que pensava que a intenção do Prêmio Omelete Marginal era premiar os melhores dentro do estado do Espírito Santo, mas parece que a idéia é premiar em âmbito nacional, então porque não abrir as outras categorias, também? Por que só teatro tem pessoas de fora? Tá, posso estar enganado, pois somente me “relaciono” com as pessoas do meio cênico-teatral, mas me sinto “estuprado” ao ver esquecerem de trabalhos que possam ser melhores valorizados e que simplesmente foram ignorados. Poderiam ter selecionado “Quatro Interpretes para Cinco Peças” ( Grupo Z “de Teatro” foi escolhido para Melhor Dança (???)) ou mesmo “Rosas Brancas Para Salomé” ou então “Minha Sogra é de Matar” ou “Os Mendigos e o Pato do Imperador”, mas não. Eu gostaria de saber quem foram os que selecionaram estas pessoas para os prêmios ligados à teatro, pois se falarem que foram as pessoas que escreveram dando opinião, estarão comentendo uma tremenda falta de respeito a todos, pois o diretor Wilson Nunes foi citado várias vezes como Melhor Diretor, mas nem ao menos chegou a fazer parte da lista.
Fico feliz de ver que, pelo menos, o Festival Nacional de Teatro “Cidade de Vitória” ainda está na categoria de Melhor Festival (não sei até quando, talvez até surgir algum “amigo” com um outro Festival que possa substitui-lo).
Uma outra sacanagem é colocar Rodrigo Pauoto somente como ator, sendo que ele dirigiu brilhantemente os atores em “Os Mendigos e o Pato do Imperador” (Parabéns à Trupe por estar com Revelação do Teatro). São estas injustiças que me deixam chateado, e olha que quando falavam que isso aconteceria, eu simplesmente preferi acreditar que o Prêmio Omelete Marginal levaria mais a sério o gosto do público, mas como em tudo, o que importa são as amizades e não o que é certo. Triste ver que lembraram de Otoniel Cibien, mas esqueceram de Fabiano Turbay (se for comparar em talento, Turbay tem muito mais do que Cibien) ou mesmo Diego Carneiro (também é melhor do que Cibien).
Mas existem coisas boas no meio de tanto caos. As revelações de teatro. Parabéns Allan Toni (que teve o nome escrito errado e a foto do ator Diego Carneiro colocada no lugar da sua), a diretora Nieve Matos (que teve a foto do musical “Boulevard, 83” no lugar da sua) e – apesar do meu xiitismo em não considerar Stand Up Comedy como teatro – Comedia a la Carte, no qual tive oportunidade de assistir e posso dizer que tem certa qualidade (não cênica)
Por que Allan Toni como revelação e não como Melhor Ator? Alguém lembra de algum trabalho anterior do ator nos palcos do Espírito Santo? Não vale em escolas, igrejas, quermesses ou coisas deste genêro. Ele é sim um ator revelação, que tem se saído bem no papel de Lee na peça-musical “Boulevard, 83”. Por que Nieve Matos como diretora revelação, ela ainda está dirigindo a peça “Peroás e Caramurus…”! Quem chegou a ir ver o 6º Festival de Esquetes do Espírito Santo, teve oportunidade de testemunhar seu trabalho como diretora, tanto que seu “conglomerado de atores” levou a maioria dos prêmios, dentre eles melhor direção e melhor esquete. Mas ainda senti falta de uma das grandes revelações do nosso teatro, um garoto que começou agora e tem tudo para se tornar um ótimo ator, Lipe Dal Col. Poucos o conhecem, porque ele está fazendo um infantil, ultimamente, “O Bello e as feras”, mas acredito que em breve a estrela deste menino brihará muito mais.
Bem, apesar das inúmeras injustiças, teve-se justiça, então PARABÉNS: Mauro Pinheiro – Melhor Ator, Nivia Carla – Melhor Atriz, Leandro Bacellar – Melhor Ator e Melhor Diretor, Fabiola Buzim – Melhor Atriz, Ednardo Pinheiro – Melhor Ator, Rodrigo Pauoto – Melhor Ator, Virginia Jorge – Melhor Diretora, Marcelo Ferreira – Melhor Diretor, Allan Toni e Nieve Matos – Revelação do Teatro. Apesar de serem injustiçados por competirem com uma peça que não deveria nem ser comparada a vocês, seja repesentada pelo ator, pela atriz e pelo diretor, ou mesmo por competirem com celebridades interestaduais, mostraram que o nosso teatro, o Teatro Capixaba ainda tem talento para dar e vender.
Em caso de querer ser justo e votar em algum destes acima citados, clique AQUI.
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