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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Os Inclusos e os Sisos em Vitória

A Trevo: Efervescência Comunicativa do Rio de Janeiro/RJ, por meio da Pauline Martins, enviou-me o material do grupo teatral carioca Os Inclusos e os Sisos – Teatro de Mobilização pela Diversidade, que estará se apresentando em Vitória/ES nos dias 28, 29, 30 e 31 de agosto de 2012 (terça, quarta, quinta e sexta-feira) no Anfiteatro do Parque Botânico da Vale com o trabalho “Ninguém mais vai ser bonzinho – Em esquetes”, com sessões as 10h00 e 14h00. O grupo também promoverá nos dias 28 e 29 de agosto de 2012 (terça e quarta-feira) uma oficina de teatro acessível com os atores, no horário de 15h00 as 17h30. Abaixo segue o material do grupo que tem apoio da Vale.

TEATRO ACESSÍVEL DA ESCOLA DE GENTE CIRCULA PELO NORTE, NORDESTE, SUDESTE E CENTRO-OESTE DO BRASIL EM PARCERIA COM A VALE

Turnê do grupo Os Inclusos e os Sisos chega a Vitória

Criado em 2003, com o incentivo da ONG Escola de Gente – Comunicação em Inclusão, o grupo carioca de teatro Os Inclusos e os Sisos – Teatro de Mobilização pela Diversidade encena espetáculos que abordam com humor temas como a discriminação, o preconceito e a inclusão na sociedade. As apresentações contam com todos os recursos de acessibilidade previstos por lei, como intérprete de Libras, audiodescrição, legenda eletrônica, programas em braile e em letra ampliada, além da reserva de assentos para pessoas com dificuldade de locomoção, garantindo a todos o acesso à cultura.

Quarenta e seis mil pessoas com e sem deficiência de todas as regiões do Brasil já assistiram às apresentações do grupo Os Inclusos e os Sisos - Teatro de Mobilização pela Diversidade, projeto da ONG Escola de Gente – Comunicação em Inclusão. Agora, em agosto de 2012, uma nova circulação nacional da peça está sendo realizada. A primeira parada foi em São Luís, no Maranhão, seguido de Pauapebas e Belém, no Pará, e Corumbá, no Mato Grosso do Sul. A turnê faz sua última parada em Vitória, no Espírito Santo, com apresentações de 28 a 31 de agosto, no Anfiteatro do Parque Botânico da Vale.

Com o patrocínio da mineradora Vale, através da Lei Rouanet do Ministério da Cultura, cada cidade receberá quatro apresentações gratuitas e abertas ao público do espetáculo Ninguém mais vai ser bonzinho – Em Esquetes. A peça é encenada pelo grupo Os Inclusos e os Sisos, projeto de arte e transformação social da Escola de Gente criado em 2003 pela atriz e VJ da MTV Tatá Werneck com outros/as estudantes de Artes Cênicas da Unirio. Atualmente o grupo está na sua quarta geração de jovens artistas dedicados/as a colocar a arte a serviço da Inclusão.

O espetáculo Ninguém mais vai ser bonzinho – Em Esquetes conta com todos os recursos de acessibilidade na comunicação previstos em lei: intéprete de Libras, legenda eletrônica, audiodescrição das cenas, programas em braile, visita guiada ao cenário, atendimento prioritário para pessoas com deficiência e reserva de assentos para pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida. Todo esse esforço conjunto da Escola de Gente, da Vale e do Ministério da Cultura, vai de encontro com o que determina a legislação brasileira e internacional sobre Direitos Humanos, especialmente o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, ratificada no Brasil pelo Decreto Legislativo 186/08 e Decreto Federal 6.949/09, e o Decreto 5.761/06.

Oficinas de Teatro e Inclusão - Além de assistirem aos espetáculos, o público também poderá participar de oficinas de teatro, ministradas pelo grupo Os Inclusos e os Sisos com a supervisão da Escola de Gente. As Oficinas de Teatro Acessível foram criadas pela Escola de Gente no ano de 2010 para fazer com que artistas e produtores culturais experimentem impasses e encontrem soluções para sempre garantir o direito à participação e à comunicação de pessoas com deficiência em espetáculos de teatro, dança, concertos musicais, etc. Desde  a sua criação, 157 artistas e produtores culturais já foram capacitados através de 117 horas de oficinas realizadas nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Fortaleza e Teresina. As oficinas têm vagas limitadas e as inscrições podem ser feitas através do e-mail escoladegente@escoladegente.
org.br.

Livro inspira peça - Baseado no livro homônimo da jornalista e fundadora da Escola de Gente, Claudia Werneck, recomendado por Unesco e Unicef, a peça Ninguém mais vai ser bonzinho tem como tema central a urgência em se promover uma sociedade inclusiva, passando da fase de conscientização para a de ação. O livro, publicado no ano de 1996 pela WVA Editora, especializada em inclusão, é vendido também em formatos acessíveis, e se tornou a primeira obra no Brasil a tratar do tema a partir da Resolução 45/91, assinada pela ONU em 1990.  Apresentado pela primeira vez em 2007, Ninguém mais vai ser bonzinho, com criação e direção de Diego Molina, é um espetáculo que revela cenas sutis de discriminação no dia a dia, apresentadas com muito bom humor. Em 2011, com adaptação e direção de Marcos Nauer, também fundador do grupo, o espetáculo circulou por cinco cidades do Nordeste e cinco cidades do Rio de Janeiro, totalizando 18 apresentações, para um público de cerca de 5.000 pessoas. Este ano a montagem ganha nova forma, com texto e elenco reformulados.

Campanha nacional - A turnê faz parte da campanha Teatro acessível: arte, prazer e direitos, lançada em 2011 pela Escola de Gente e Ministério da Cultura como parte das celebrações pelos 10 anos da ONG. Na última década, a Escola de Gente vem trabalhando a favor da inclusão de grupos em situação de vulnerabilidade na sociedade, especialmente crianças, adolescentes e jovens com deficiência, sensibilizando diretamente para a causa da inclusão cerca de 400 mil pessoas em diversos países de distintos continentes. Através de ações de Comunicação, Cultura e Educação, a Escola de Gente tem como objetivo democratizar o conceito e a prática da sociedade inclusiva. A organização incide em políticas públicas e integra o Conselho Nacional de Juventude, o Conselho Estadual de Juventude e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, entre outras redes. No ano de 2011, recebeu o Prêmio Direitos Humanos 2011 na categoria: “Direitos de Pessoas com Deficiência” da presidente Dilma, a mais alta condecoração que o Estado brasileiro pode oferecer a uma organização da sociedade civil.

Patrocínio Vale - A Vale, como estratégia de investimento institucional voluntário, apoia projetos em cinco eixos: cultural, social, esportivo, ambiental e técnico.  Desta forma, a temática da acessibilidade, levantada pela Escola de Gente por meio da campanha Teatro acessível: arte, prazer e direitos, vem ao encontro das diretrizes adotadas no cotidiano da empresa: a valorização da diversidade, a inclusão social e o respeito às diferenças.


Veja a programação completa
(a quantidade de público para as apresentações está sujeita à lotação dos espaços):

VITÓRIA - ES
Local: Anfiteatro do Parque Botânico da Vale (Avenida dos Expedicionários, s/n, Jardim Camburi)

Dias 28 e 29 de agosto
10h e 14h: Espetáculo
14h às 17h30: Oficina de Teatro Acessível

Dias 30 e 31 de agosto
10h e 14h: Espetáculo

Mais informações:












domingo, 19 de agosto de 2012

19 de agosto – Dia do ator

feliz dia do atorSei que ando bem afastado do blog, mas o estudos têm sugado minha vida, não me dando tempo de atualiza-lo constantemente. Como uma grande maioria sabe, faço isso sozinho, então peço desculpas a todos pela falta de atualização, mas como hoje é um dia duplamente importante para mim, pois além de ser o dia do historiador, é o dia do ator, também. E como não poderia deixar passar em branco, deixo para os meus amigos e colegas atores uma mensagem do ator e escritor Antonio Calloni.

Calloni iniciou sua vida profissional no teatro em 1980, após passar pelo Curso Profissionalizante Célia Helena e fazer um curso no Centro de Pesquisas Teatrais, sob direção de Antunes Filho. Seu primeiro trabalho foi “A barra do jovem”, com direção de Célia Helena. E de lá pra cá, fez trabalhos no teatro, no cinema e na televisão, além de escrever livros. O texto que segue abaixo foi inicialmente publicado no blog de Patrícia Kogut, mas já divulgado por vários sites (inclusive o do próprio Calloni) e agora disponibilizo no blog Teatro Capixaba. Então fica aqui meu desejo de felicidade àqueles que encantam os palcos do Brasil e do mundo com os personagens que nos fazem imaginar e viajar em belas histórias.

Antonio Calloni escreve texto em homenagem ao Dia do Ator

calloni2Antonio Calloni, que também é poeta, escreveu especialmente para o blog da Patrícia Kogut homenageando os atores. Hoje (19/8/12) é o Dia do Ator. Confira.

Ser ator é realmente uma profissão de maluco, fascinante. A poética do ridículo, o brincar de faz de conta, o infindável universo onírico infantil e a tremenda cara de pau fazem com que os atores encantem os que os assistem e sonham junto com eles - pelo seu poder de transgressão, pela sedução, pelo poder de conscientização, pela capacidade de simplesmente entreter e pela mágica de poder ser quase todo mundo.

Lemos Diderot, Stanislavsky, Grotovsky, Meyerhold, D. T. Suzuki e uma infinidade de outros livros (todos fundamentais). Ouvimos muita música clássica para apurarmos nossa noção de ritmo, de cor, de intensidade. Ouvimos samba, pagode, MPB, música sertaneja e o diabo a quatro, graças ao bom Deus. Graças à obrigatória falta de preconceito para ver e viver a vida como ela é (obrigado, grande Nelson!) e poder reproduzi-la, e, melhor ainda, recriá-la como uma pintura, que quase sempre é mais rica do que uma foto. Vemos (com o corpo inteiro) pinturas de Bosch, Goya, Velázquez, Max Ernst, para tentar compreender alguns mistérios da vida, para provocar nossos sonhos ou, para nada. Só para ver mesmo. Que bom!

Conversamos com o Zé que vende coco no quiosque da praia e notamos um gesto diferente, um ritmo novo, outras possibilidades de comportamento e de comunhão com a vida. Observamos sem pensar. Viva o Zé! Precisamos dele. E depois colocamos uma armadura e dizemos que somos cavaleiros da Távora Redonda, dizemos que somos bons, que somos maus, que somos bons e maus, que somos gente. É uma profissão que deveria se iniciar logo que a pessoa começasse a falar e a ler, e terminar no início da adolescência, já que os adolescentes têm verdadeiro horror a pagar mico. Mas não... o maravilhoso complexo de Peter Pan nos acompanha pelo resto da vida e passamos a nos comportar como crianças relativamente adultas. E aí entra a poética do tempo que estará sempre a nosso favor.

Fazer um bom trabalho de ator é sempre muito arriscado, mesmo que o personagem seja comum, simples, cotidiano. É mais arriscado ainda. É raro, mas acontece de se ver um ator dizendo que está arriscando quando, na verdade, está fazendo um trabalho histérico e fora da medida. No caso de uma novela, geralmente as pessoas se acostumam e até passam a gostar. O erro faz parte do show. Eliminá-lo é impossível. Diminuir a margem de erro com estudo, dedicação e, principalmente, leveza e bom humor talvez seja o melhor caminho. Cada um escolhe o seu.

É uma profissão generosa, democrática e acolhedora. Qualquer um pode ser ator, basta saber falar, andar, ler e ter o juízo mais ou menos perfeito. Todos têm direito à tentativa e ninguém tira o lugar de ninguém. Fazer um bom trabalho de ator e permanecer digno praticando o ofício já são outros quinhentos, não é para qualquer um. A consciência de que somos inevitavelmente precários por sermos humanos pode ser um grande estímulo para fazermos trabalhos grandiosos. Viramos heróis, mendigos e uma infinidade de outros personagens, para, entre outras coisas, vencer a morte (eta coisinha incômoda). E, no final, conseguimos rir de nós mesmos.

Quero, por fim, agradecer aos meus nobres e loucos companheiros atores por percorrerem esse caminho inventado e que aumenta a vida, o prazer e o sonho. Quero agradecer aos grandes atores que já superaram o estágio dos adjetivos e conquistaram a liberdade plena da criação. Qual o adjetivo para Fernanda Montenegro, para Laura Cardoso? Quero agradecer também aos que estão começando, aos que estão terminando (se é que isso é possível) e aos que estão por vir.

Sou ator, acho que isso quer dizer alguma coisa.

Evoé!