"Mesmo as noites completamente sem estrelas, podem anunciar a aurora de uma grande realização."
Martin Luther King
Alguns se perguntaram: “O que tem o Dia da Consciência Negra com teatro?”, eu lhes digo que faz parte de um momento como vários outros e que é um dia a ser comemorado com grande satisfação, porque durante anos os negros foram tratados como se não fossem humanos, como se fossem animais irracionais, sen dignidade, mas então ganharam direito de comemorar sua ingressão como pessoas decentes e merecedores do mesmo tratamento, como qualquer outro, não importanto a cor. O dia coincide com o assassinato de Zumbi dos Palmares, em 1695, um dos grandes lutadores pela liberdade de sua raça.
Alguns dos maiores artistas do nosso país são negros, dentro eles Jamelão, Cartola, Leci Brandão, Mario Gomes, Xhica Xavier, Jair Rodrigues, Antônio Pitanga e sua filha Camila Pitanga, entre muitos outros. Aqui no estado também não ficamos atrás, pois temos Suely Bispo, Marcos Konká e Léia Rodrigues (três atores que eu admiro muito).
Seguindo uma frase de Nelson Mandela: “Democracia com fome, sem educação e saúde para a maioria, é uma concha vazia.”, somente completando que se arte também é uma concha vazia, divulgo a Sessão Solene que acontecerá no Plenário da Câmara Municipal de Vitória, as 17:00. A Sessão será coordenada pelo vereador Eliézer Tavares e será uma homenagem ao artista Paulo Fernandes. A solenidade deverá contar com mais homenagens, mas segue aqui o que foi dito pela geógrafa capixaba Maria Teles Maracci e um poema do pinto e escritor Gilbert Chaudanne, que é francês radicado em Vitória-ES, que sintetiza o trabalho do artista Paulo Fernandes:
"O trabalho de Paulo Fernandes se distingue e se explica como um ser inteiro, onde Cosmos, Terra e Cultura se integram, longe da pretensa razão que tem sido eficiente na interdição da Beleza. Imensuráveis sinais não estão inscritos no rol das ‘seguras referências’ que adotamos para interpretar ou intervir no mundo. Há de se chegar mais perto...”
Marilda Teles Maracci
Geográfa-Vitória -ES
UNESP-UFF-UFES
Novembro de 2008
O Nascimento do Corpo
por Gilbert Chaudanne
Parece que o corpo nasce da fumaça
Como uma espécie de floculação
dessa passagem:
da imponderabilidade da nuvem
do inconcebido
até a turgescência tangível
do corpo que nasce
e esse corpo que nasce
é aplicado numa massa negra
ás vezes, com um ombro respingado
de luz
como um carvão primordial
como um grito da terra
das raízes da terra
que aprende a estar e ser
e a estar na forma e ser
este corpo que nasce das nebulosas azuis
da sua fisiologia
lembra estranhamente
supostos processos da formação
do cosmos
Um nascimento da luz
ou que vem da luz
Fiat Lux
o corpo é
mas o espírito do corpo também é
e o diz
pela imponderabilidade do algodão
ontológico
que flutua.
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