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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Dia da Consciência Negra – 20 de novembro

"Mesmo as noites completamente sem estrelas, podem anunciar a aurora de uma grande realização."

Martin Luther King

solenidade_consciencia_negra Alguns se perguntaram: “O que tem o Dia da Consciência Negra com teatro?”, eu lhes digo que faz parte de um momento como vários outros e que é um dia a ser comemorado com grande satisfação, porque durante anos os negros foram tratados como se não fossem humanos, como se fossem animais irracionais, sen dignidade, mas então ganharam direito de comemorar sua ingressão como pessoas decentes e merecedores do mesmo tratamento, como qualquer outro, não importanto a cor. O dia coincide com o assassinato de Zumbi dos Palmares, em 1695, um dos grandes lutadores pela liberdade de sua raça.

Alguns dos maiores artistas do nosso país são negros, dentro eles Jamelão, Cartola, Leci Brandão, Mario Gomes, Xhica Xavier, Jair Rodrigues, Antônio Pitanga e sua filha Camila Pitanga, entre muitos outros. Aqui no estado também não ficamos atrás, pois temos Suely Bispo, Marcos Konká e Léia Rodrigues (três atores que eu admiro muito).

Seguindo uma frase de Nelson Mandela: “Democracia com fome, sem educação e saúde para a maioria, é uma concha vazia.”, somente completando que se arte também é uma concha vazia, divulgo a Sessão Solene que acontecerá no Plenário da Câmara Municipal de Vitória, as 17:00. A Sessão será coordenada pelo vereador Eliézer Tavares e será uma homenagem ao artista Paulo Fernandes. A solenidade deverá contar com mais homenagens, mas segue aqui o que foi dito pela geógrafa capixaba Maria Teles Maracci e um poema do pinto e escritor Gilbert Chaudanne, que é francês radicado em Vitória-ES, que sintetiza o trabalho do artista Paulo Fernandes:

"O trabalho de Paulo Fernandes se distingue e se explica como um ser inteiro, onde Cosmos, Terra e Cultura se integram, longe da pretensa razão que tem sido eficiente na interdição da Beleza. Imensuráveis sinais não estão inscritos no rol das ‘seguras referências’ que adotamos para interpretar ou intervir no mundo. Há de se chegar mais perto...

Marilda Teles Maracci
Geográfa-Vitória -ES
UNESP-UFF-UFES
Novembro de 2008

img015 Cosmogonos:

O Nascimento do Corpo

por Gilbert Chaudanne

Parece que o corpo nasce da fumaça

Como uma espécie de floculação

dessa passagem:

da imponderabilidade da nuvem

do inconcebido

até a turgescência tangível

do corpo que nasce

e esse corpo que nasce

é aplicado numa massa negra

ás vezes, com um ombro respingado

de luz

como um carvão primordial

como um grito da terra

das raízes da terra

que aprende a estar e ser

e a estar na forma e ser

este corpo que nasce das nebulosas azuis

da sua fisiologia

lembra estranhamente

supostos processos da formação

do cosmos

Um nascimento da luz

ou que vem da luz

Fiat Lux

o corpo é

mas o espírito do corpo também é

e o diz

pela imponderabilidade do algodão

ontológico

que flutua.

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