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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

5ª Edição do Festival Nacional de Teatro “Cidade de Vitória” – Dia 7

imagem0002 Eu simplesmente não entendi o choque do público de hoje (19/10/2009) ao assistir “Auto da Defunta Nua”, no Theatro Carlos Gomes. Se na própria sinopse diz: “Uma personagem provoca o seu próprio criador ao fazer um strip tease diante dele, momentos antes de suicidar-se”. A atriz Janine Corrêa (descobri seu nome, graças ao Google) até se sai bem na interpretação da personagem a beira do suicídio que se despe de seus trajes e de todas as suas frustações para o escritor que está a observá-la, mas quando vai para o caixão, no momento de interpretar a defunta, é uma tremenda decepção.

1239494388_5 Eu até agora não entendi o motivo do caixão ficar deitado, enquanto em fotos encontradas na internet, o caixão estava me posição vertical (foto ao lado). Seria por pudor? Sendo que a uma total mudança nos cenários, mas posso dizer que isso somente a prejudicou, pois foi notado a total perda da voz durante o tempo em que estava posicionada dentro do caixão. Acredito que somente as pessoas mais próximas ao palco puderão ouví-la e entendê-la (talvez!). Bem, espero poder vê-la outras vezes. Foi interessante o começo, que de nada lembrava uma peça teatral, pois ela já se encontrava em cena e descontraidamente conversou com o público que fora assisti-la, contando sobre seus sonhos com Luigi Pirandello (que depois ela revelou serem mentiras) e de tê-lo encontrado aquela tarde dentro do seu caixão, enquanto imagens de seu making-off passavam ao fundo, num pano branco. Acredito que a peça teatral seja melhor se for montada de forma correta e de um modo que ela não perca tanto com as falas.

Bem, agora vamos à programação do oitavo e último dia do Festival, que encerra sua quinta edição com teatro de rua da Cia. Visse-Versa de Ação Cênica, do Acre, que nos tráz o espetáculo “Comédia Del’Acre”, as 12:00, na Praça Costa Pereira. Depois, no mesmo horário, em três teatro do município acontecem as apresentações: No Theatro Carlos Gomes, o Grupo Olho da Rua reapresenta a peça “O Giro da Criatura”, agora levando-a para o palco do teatro. No Teatro do SESI será apresentado o maravilhoso monólogo “Rosas Brancas para Salomé” e no Teatro José Carlos de Oliveira, no Centro Cultural Carmélia Maria de Souza, acontecerá a reapresentação da peça “Besouro, Cordao de Ouro”, do Rio de Janeiro, todas as 20:00, entao escolha bem qual deseja assistir, lembrando que é bom pegar os ingressos a partir das 13:00, nas bilheterias dos teatros, sendo que o teatro de rua, é só comparecer à praça para assistir.

Abaixo as Fichas Técnicas e sinopses. Escolha consciente e bom espetáculo!

COMÉDIA DEL'ACRE - AC

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Peça: Comédia Del’Acre

Direção: Lenine Alencar e Ivan de Castella.

Elenco: Ágatha Lima, Claudia Toledo, Juliana Albuquerque, Kariane Lins, Kilrio Farias, Nathânia Oliveira, Roberta Marisa, Sacha Alencar, Sandra Buh, Saulo Guerra,Yuri Montezuma

Horário: 12:00

Local: Praça Costa Pereira, Centro

Sinopse:

A Companhia Visse e Versa, fundada em outubro de 2008, no Acre, já conquistou espaço considerável no cenário teatral acreano. A idéia da criação de um grupo surgiu a partir do espetáculo "Comédia Del'Acre", realizado pela Federação de Teatro do Acre (Fetac), em 2007, que contava com um elenco formado por artistas de grupos filiados à Fetac e por atores independentes. A principal idéia é popularizar o teatro, torná-lo acessível às camadas menos favorecidas. Na rua, a relação com o público requer domínio e muita perspicácia, pois ele interage com as encenações, transformando-se, de alguma maneira, em protagonista. Com a colaboração de fazedores de teatro local e de outros Estados, a Cia. vem se preparando contínua e intensivamente para este desafio, pois acredita que a arte, em especial o teatro, é o bem mais precioso, capaz de conscientizar, transformar, encantar e traduzir o imaginário através de sensações e emoções.

O GIRO DA CRIATURA - GO

Olho da rua-e-banner-02 Ficha Técnica:

Peça: O Giro da Criatura

Direção: Grupo Olho da Rua

Atores: Diógenes de Carvalho, Lenita Caetano, Rita Alves, Valéria Vieira

Horário: 20:00

Local: Theatro Carlos Gomes, Centro

Sinopse:

O espetáculo O Giro da Criatura narra a trajetória de Constança e Zé Olegário, seus encontros e desencontros. Constança viaja pelo mundo desde menina. Quer entender porque ele é tão desigual. Em suas andanças, ela conhece personagens que representam o povo humilde e estabelece uma relação de aprendizado com todos, aspecto que valoriza a cultura popular. No outro ponto da história está Zé Olegário, um homem sem esperança que fala mal da vida e almeja a morte. E a Morte misteriosa surge para transportar Zé para outra dimensão. Contudo, antes, em um giro da vida, Zé encontra Constança, quando surge um recíproco encanto entre eles. Desse encontro reacende a quase apagada chama de vida de Zé, e ele novamente gira. Depois de muitos acontecimentos, acontece um segundo encontro entre Constança e Zé . O encanto mútuo impulsiona a historia dos dois, e a vida gira, pois o mundo gira.

Nesse universo das narrativas populares, o grupo Olho da Rua propõe o encontro do real com o sobrenatural para narrar a saga do homem em sua dualidade: o bem e o mal, transfigurados nas figuras de Deus e do Diabo. Ao mesmo tempo em que o público testemunha esse encontro, ele é confrontado com suas crenças e superstições e convidado a celebrar.

A interpretação não realista, os adereços, figurinos, sons e cheiros criam um universo onde o poético, o maravilhoso e o simbólico surgem como um convite à memória do espectador.

ROSAS BRANCAS PARA SALOMÉ - ES

rosas-brancas Ficha Técnica:

Peça: Rosas Brancas para Salomé

Texto e direção: Gladston Ramos

Ator: Mauro Pinheiro

Horário: 20:00

Local: Teatro do SESI, Jardim da Penha

Sinopse:

Monólogo baseado na vida de Salomé, uma diva do transformismo, sonhadora e sensível, apaixonada pela cantora Ângela Maria. O espetáculo começa com o seu show e prossegue quando ela volta para o camarim, onde a fantasia acaba e a diva tem que retirar o disfarce para encarar o palco da vida. Aí, as lembranças voltam como num filme, fazendo-a reviver a expulsão de casa, o apoio encontrado em Otila e Madame Satã, no Arco da Lapa, o Cassino da Urca, o difícil relacionamento com a família, o encontro com o amor verdadeiro, o morte do pai, da mãe, do seu amor, os shows engraçados e dos amigos que o tempo levou.

Salomé usa o humor para falar de preconceito, medo, saudade, abandono e principalmente, da solidão do ser humano. O drama fará o público se divertir. Apesar de sua fragilidade, ela consegue buscar dentro de si uma força extraordinária quando o assunto é sobrevivência e mais do que ninguém, sabe driblar as pedradas e os espinhos do seu caminho, fazendo do espetáculo um divertido desabafo que se alternam entre o humor e a emoção. A peça faz um convite à reflexão sobre a forma superficial como as pessoas veem aqueles que parecem diferentes.

BESOURO, CORDÃO DE OURO - RJ

noticia080708-2 Ficha Técnica:

Texto, músicas e letras: Paulo César Pinheiro

Direção:João das Neves

Direção Musical:Luciana Rabello

Assist de Direção:Bya Braga

Elenco: Alan Rocha, Anna Paula Black, Cridemar Aquino, Gilberto Santos da Silva "Laborio", Iléa Ferraz, Letícia Soares, Marcelo Capobiango / Maurício Tizumba, Raphael Sil, Sérgio Pererê Valéria Monã, Victor Alvim "Lobisomem",William de Paula,Wilson Rabelo.

Horário: 20:00

Local: Teatro José Carlos de Oliveira, Centro Cultural Carmélia Maria de Souza

Sinopse:

O espetáculo faz homenagem a Manuel Henrique Pereira, o Besouro Cordão-de-Ouro ou Besouro-Mangangá, maior capoeirista de todos os tempos da Bahia. Suas estórias são contadas através de outros mestres capoeiristas conhecidos como Canjiquinha, Bimba, Barroquinha, Caiçara, Budião, Rosa Palmeirão, Dora das Sete PortasePastinha. O palco se transforma numa grande roda de capoeira com atabaques, berimbaus, pandeiros e caxixis. Primeiro texto para teatro de Paulo César Pinheiro, grande poeta da MPB, que também compôs músicas e letras inéditas para o musical, Besouro Cordão-de-Ouro tem direção geral de João das Neves e direção musical de Luciana Rabello.

Na peça, caixotes de madeira perfurados lembram um mercado,balaios espalhados pelo chão funcionam como poltronas e painéis com versos das letras das músicas do espetáculo, inspirados no poeta Gentileza, transformam com teatralidade o ambiente dos personagens, fazendo com que a platéia participe das cenas. O elenco, todo composto de atores negros, foi escolhido em workshops. Besouro, nascido em Santo Amaro da Purificação (BA), deixou seu nome gravado nas rodas de capoeira por esse Brasil inteiro. Envolvido em política, impunha respeitoetemor aos poderosos daquele princípio de século XX na velha Bahia. Sua vida virou lenda.

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