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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Ator, Espelho da Sociedade

O Luiz Tadeu Teixeira (diretor de “Graçanaã” e “O Estranho e o Cavaleiro”) deixou um lindo texto no Grupo Opiniões Cênicas, que eu gostaria de disponibilizar aqui.

Ele recebeu este texto do SATED-RJ e é de autoria do ator Milton Gonçalves e foi lido por ele num evento patrocinado pela UNESCO, no dia 09/12/2008 (terça-feira). É um lindo texto e vale a pena ser apreciado. Segue abaixo:

ATOR, ESPELHO DA SOCIEDADE

milton gonçalvesAo retratar em cores realistas um político corrupto, o policial violento, o ativista idealista, uma mulher traída ou homossexual discriminado, o ator leva às últimas conseqüências a beleza da arte de representar. No teatro, cinema e televisão, o ator cumpre sua função social e política de entreter ou denunciar injustiças. Ressalta as mazelas e belezas humanas em sua dimensão mais mesquinha, sórdida, grandiosa e altruísta de que somos capazes.

O ator se apropria da sua sensibilidade forjada nos encontros e desencontros da vida para perceber o outro e a realidade que o cerca no sentido de encarnar variados tipos e personagens. Exerce com sua atuação um papel crítico e expressa por intermédio da sua interpretação a crônica do cotidiano do homem comum com suas angústias e fracassos numa sociedade que cada vez mais põe em segundo plano a presença do cidadão. Esse artista da expressão corporal e dos diálogos contundentes mostra o bem e o mal e deixa que o espectador utilize a emoção para exercer seu juízo de valor sobre o meio em que vive. Na prática, o ator se torna o espelho onde o homem se reconhece, se identifica e reflete sua condição de mortal.

O ator escancara a tristeza e a alegria em doses que potencializam a condição do humano para que a mensagem da arte seja captada e mexa com consciências, esperanças e valores. A arte de atuar, portanto, contribui consideravelmente para o despertar de esperanças e abre possibilidades para mostrar que o sonho e a imaginação do homem não têm limites seja na tragédia ou na comédia.

(…)essa atividade árdua, sofrida e prazerosa é um trabalho como todos os que contribuem para o desenvolvimento da sociedade e que só pode se expressar com toda força e influência quando são respeitadas as diferenças, a liberdade e se amplia a democracia”.

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