Hoje (27/03/2011) é comemorado o Dia Mundial do Teatro e o Dia Nacional do Circo. Comemorações das mais diversas acontecem no mundo inteiro e são celebradas das mais diversas formas.
Como todos os anos, o International Theatre Institute (ITI), instituto criado em 1948 no primeiro Congresso Mundial da UNESCO, em Praga, na intenção de unir as grandes mentes do teatro mundial, publicou uma mensagem no site World Theatre Day da atriz, diretora, dramaturga e acadêmica em teatro, a Dra. Jessica A. Kaahwa (Ph.D), de Unganda. A mensagem ainda não foi traduzida para o português, então tomei a liberdade de usar o Google Tradutor para fazer uma tradução do espanhol:
Um discurso sobre o teatro como serviço à humanidade
Jessica A. Kaahwa, Unganda
A celebração de hoje é um verdadeiro reflexo do imenso potencial do teatro para mobilizar as comunidades e construir pontes.
Alguma vez pensou-se que o teatro poderia ser uma poderosa ferramenta para a paz e a reconciliação? Enquanto as nações gastam enormes somas de dinheiro em missões de paz em zonas de conflito em todo o mundo, há muito pouca atenção para o teatro como uma alternativa para a gestão personalizada e transformação de conflitos. Como podem os cidadãos da Mãe Terra alcançar a paz universal se os instrumentos são utilizados de poderes externos e, aparentemente, repressiva?
O teatro sutilmente impregna a alma humana apreendidos pelo medo e pela desconfiança, alterando a sua própria imagem e abrindo um mundo de alternativas para o indivíduo e, portanto, para a comunidade. Ele pode dar sentido à realidade cotidiana, evitando um futuro incerto. Você pode participar de questões de política social de uma forma simples e direta. Para ser inclusiva, o teatro pode ter experiências capazes de transcender a concepções pré-concebidas.
Além disso, o teatro é uma forma comprovada de progresso e defesa das idéias que temos e por que estamos dispostos a lutar quando há respeito, coletivamente.
Para antecipar um futuro de paz, devemos começar a usar meios pacíficos para procurar compreender, respeitar e reconhecer as contribuições de cada ser humano na tarefa desta pesquisa para a paz. O teatro é a linguagem universal através da qual podemos promover mensagens de paz e reconciliação.
Permitindo que cada participante ativamente engajados, o teatro pode fazer muitas pessoas desconstruirem idéias preconcebidas e, portanto, oferece ao indivíduo a oportunidade de renascer para tomar decisões baseadas no conhecimento e fatos redescobertos. Para o teatro prosperar, entre outras formas de arte, devemos dar um passo decisivo para a frente através da sua incorporação na vida cotidiana, abordando questões críticas de conflito e de paz.
Em sua busca para as comunidades de transformação social e de reforma, o teatro em áreas já devastadas pela guerra e entre as populações em situação de pobreza ou doença crónica. Há um número crescente de histórias em que o teatro tem sido capaz de mobilizar o público para promover a conscientização e assistência às vítimas de traumas pós-guerra. plataformas culturais como o "International Theatre Institute" que visa "reforçar a paz ea amizade entre os povos" já estão em andamento.
É, portanto, uma farsa manter a calma em momentos como esse, sabendo do poder do teatro, e permitir que empunhando armas e jogando bombas de ser pacificadores em nosso mundo. Como essas ferramentas de alienação também ser instrumentos de paz e reconciliação?
Exorto-vos, neste Dia Mundial do Teatro, para refletir sobre a possibilidade de propor para o teatro como uma ferramenta universal para a transformação do diálogo social e da reforma. Enquanto as Nações Unidas gastam enormes quantias de dinheiro em missões de paz ao redor do mundo através do uso de armas, um teatro alternativo é espontâneo, humano, menos caro e muito mais poderoso.
Embora possa não ser a única resposta para a paz, o teatro deve certamente ser incorporado como uma ferramenta eficaz em missões de paz.
As palavras da dramaturga são profundas e atestam o quão desvalorizado a arte do palco é. Mas a falta de valor não é somente para a arte, mas também para as casas aonde são apresentadas essas formas cênicas de interpretação da vida. No dia 17/03/2011 (quinta-feira), site de notícias Século Diário publicou uma matéria maravilhosa sobre as condições em que se encontra a arte do Espírito Santo, principalmente na capital do estado. Segue abaixo o material, escrito por Rafael Abreu:
Último ato
Rafael Abreu
Em questão de cultura, é difícil manter o velho papo de que Vitória não produz muito. A movimentação recente de lançamento de discos - Poemas Brasileiros, de Wanderson Lopez e CMDO Guatemala, de Fê Paschoal - realização de exposições - Edital 11 que será aberta na próxima terça-feira (22) no Museu de Arte do Espírito Santo, e reúne obras de artistas capixabas - eventos de performance - o _TRAMPOLIM, que chega a seu fim essa semana - não mentem: há muita coisa sendo feita no estado. Com a ajuda de vários mecanismos de âmbito estadual ou municipal, que contemplam áreas tão distintas quanto a de histórias em quadrinhos e a produção de discos, o poder público tem se mostrado disposto, até certo ponto, a financiar o crescimento artístico da capital.
Se a produção ostenta saúde, há um descompasso entre o que se faz e o que é passível de ser visto. A própria realização de um debate, por parte do Conselho Municipal de Política Cultural de Vitória, na última terça-feira (15), acerca dos espaços culturais da cidade contempla, ainda que tardiamente, esse problema. A maior pergunta, diante de todo o material que está sendo desenvolvido, é: para onde ele vai?
Essa parece ser a pergunta de José Luiz Gobbi (foto), ator e diretor teatral, diante da situação lamentável em que sua área de trabalho se encontra. Muito se fala sobre o enorme projeto do Cais das Artes, mas a preocupação da classe artística local que trabalha com produção e direção teatral é com estabelecimentos menores. Como o Teatro Edith Bulhões, demolido em 2010, o Teatro Galpão, fechado no fim do ano, e o Teatro Carmélia, igualmente inativo. “Eu diria que as nossas políticas culturais em geral, salvo alguns municípios do interior, estão traçando a política cultural para Rio e São Paulo - para trazer grandes exposições, grandes espetáculos. Acho que interessa aos poderes públicos a morte do artista local”. O Cais das Artes, cujos custos estão orçados em R$ 115 milhões, então, se encaixa nessa lógica de atrofiamento de espaços que, menores e mais condizentes com o público da cidade, dariam oportunidade não só a produções de menor porte, mas a um público com menor poder econômico.
É pensando nesse tipo de público e numa lógica que faz do espaço de apresentação uma espécie de laboratório para experimentações, além da formação de público e de linhas de pesquisa, que a Cia. Folgazões e a Repertório Artes Cênicas inauguraram, em outubro, o Espaço Coletivo. Localizado no Centro de Vitória e munido de 60 assentos, o Coletivo é o tipo de lugar que a maioria dos diretores entrevistados para essa matéria desejam.
Um dos “problemas” indicados no valor redentor que parece ter sido criada em torno do Cais das Artes parece é o próprio fato de que, com um orçamento de seu porte, não só a cidade, mas a produção da capital teria muito mais a ganhar. “O cais das artes coloca Vitória no cenário dos grandes caça-níqueis: megaespetáculos caros e de gosto duvidoso. É muita grana para isso. Uma política de apoio à criação de espaços alternativos para os grupos, sedes-teatro, seria muito mais interessante”, explica Saulo Ribeiro, dramaturgo que ajudou a criar o Espaço Coletivo. “A gente optou por criar um espaço próprio pra ter a oportunidade de fazer temporada de teatro. Quando você faz um mês todo de espetáculo, o próprio marketing boca a boca vai levar aquilo pra todos os dias.”
A noção de temporada, no que diz respeito ao desenvolvimento de uma cena teatral local, é um conceito determinante nesse debate. É através da temporada que se firma o público e se aperfeiçoa a própria arte: afinal, cada noite no palco é um lição aprendida. “Nenhum grupo local consegue sustentar um Sesi por muito tempo, só a bilheteria sabemos que não sustenta aqui. Sem o contato constante com o público, o ‘fazer’ acaba acarretando na qualidade do espetáculo. Fica difícil ganhar ritmo de palco, por exemplo, sem a prática”, explica Nieve Matos, diretora de teatro e professora da Fafi.
É por isso que a política de editais realizada pelo Teatro Carlos Gomes, o último dos moicanos quando se trata de teatros públicos e em atividade, se mostra insuficiente à demanda local. Realizada semestralmente, a abertura dos editais prevê, no máximo, um ou dois finais de semana para determinado espetáculo. Um arranjo bastante conveniente para as grandes produções nacionais que, num itinerário que cobre muitas outras cidades no país, não vê problema em encher a casa por dois ou três dias. Um final de semana, no entanto, não é o suficiente para que uma montagem local lote a casa e atenda a grande parte da população.
“Não há por que ser artista em Vitória”, conclui Gobbi. Não enquanto isso for uma espécie de segredo para a população, que não tem as devidas oportunidades de ver o tanto que a cultura da cidade tem a oferecer.
Fonte: http://www.seculodiario.com.br/exibir_not_atracao.asp?id=5560
Feliz dia mundial do Teatro e dia nacional do Circo para todos!
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