Dia Nacional da Cultura

Hoje 05/11 comemora-se o Dia Nacional da Cultura, instituido pelo ex-Presidente da República (1969-1974), General Emílio Garrastazu Médici (1905-1985), em 15 de maio de 1970. Desde então o Brasil tem comemorado com muitas atividades culturais. No dia 03/11/1008 (segunda-feira), aqui em Vitória-ES, a Secretaria de Cultura e o Governador do Estado do Espírito Santo assinaram o Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura). Numa comemoração maior, a atriz Fernanda Montenegro veio para uma “conversa” com a população capixaba. Numa noite descontraída, regada da boa música de Chico Buarque e poema de Carlos Drummond de Andrade, Fernanda Montenegro chamou a atenção da platéia para o envolvimento do povo com a cultura e a educação.

Hoje não será um dia diferente para o teatro, um dos vários “braços” da cultura. Ainda permanece em cartaz, no Teatro do Sesi, a peça escrita e dirigida pelo “multicultural” Milson Henriques, “Muito + Que Amor”. Ainda não tive oportunidade de assistí-la, mas sei o seguinte, se você levar uma frase com o verbo “amor”, paga somente metade do ingresso de R$ 20,00.

O Dia Nacional da Cultura deve ser comemorado por todos nós, pensando em quanto nosso estado tem crescido com o teatro. Várias escolas têm adotado, como ensino extracurricular, o trabalho com Teatro e vêm montando com recursos próprios peças teatrais. Centro Educacional Charles Darwin, Colégio Sagrado coração de Maria e Centro Educacional Leonardo Da Vinci, são alguns exemplos de escolas que adotaram ensino teatral como extracurriculo. O importante não é somente isso, mas com a 4ª Edição do Festival Nacional de Teatro de Vitória, ouve também uma grande participação de peças teatrais do estado.

Não é de agora que temos artistas participando do festival, desde sua primeira edição, em 2006, tivemos ampla participação de peças capixabas no Festival, andando lado a lado com as peças nacionais.

“A Flor de Nanã”, “Anchieta: Depoimento”, “Godot”, “Hello Creuzodete IV - Finalmente Alguém Comeu”, “O Casamento de Tereza”, “O Estranho e o Cavaleiro”,  “Olhos de Ver”, “Palhaçando” e “Planejamento Familiar - Uma Solução Brasileira” foram as peças que participaram da primeira eidção, com extrema participação do público capixaba.

Mas não somente de Vitória, se faz o Espírito Santo, e durante o passar dos anos várias cidades têm construido teatros, para que as peças possam circular por suas cidades. E além do Festival de Vitória, ainda podemos contar com Festival Nacional de Teatro de São Mateus e o Festival de Teatro de Guaçuí, onde acontecem edições ainda mais antigas que o de Vitória.

Vitória, há anos atrás era um grande centro cultural, mas devido o grande descaso com o passar dos tempos, os governos foram esquecendo que para melhor participação do povo, nada melhor do que a cultura. Mas isso vêm mudando nos atuais governos, tanto estadual quanto os municipais e torço que não somente mude aí, mas também na consciência dos membros do SATED-ES e com o surgimento do FECATE-ES. Vamos comemorar com orgulho o dia de hoje, pois Vitória e todo o Espírito Santo pode se orgulhar de ser um dos primeiros estados a possuir a cultura teatral acontecendo por aqui, graças ao Padre José de Anchieta e seu método de catequização dos índios, através de encenações teatrais.

As Leis de Incentivo Cultural tem sido outro marco dos governos municipais. Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica possuem suas próprias leis, que incentivam a música, a literatura, as artes plásticas, além é lógico do teatro.

O estado do Espírito Santo não ficou atrás ao lançar seus editais de cultura, incentivando a montagem e circulação de espetáculos, infelizmente não podemos dizer o mesmo do edital de dramaturgia, que ficou mal resolvido, não sabendo para onde foi os prêmios dos primeiros lugares. Mas como eu já disse na coluna “Na Coxia”, no site Intervenções Urbanas,  um site que surgiu como incentivo a cultura do nosso estado e agora premiará nossos artistas com o Prêmio Omelete Marginal de Arte Resistente 2008 (aberto as votações. Entre, cadastre-se e vote!), nossa sorte e ter diretores que não tem uma mente tão retrógrada como a Secretaria Estadual de Cultura, quanto a nossa dramaturgia.

Bem, hoje não é dia de lamentações, mas sim de comemoração, então: VIVA O TEATRO CAPIXABA! VIVA A CULTURA CAPIXABA!