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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

9ª Edição do Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória – Dia 4

Bem, agora eu posso dizer que o Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória – 9ª Edição não terá somente peças profissionais.

IX Festival Nacional de Teatro Cidade de VitóriaVamos começar assim, o dia de ontem (15/10/2013) começou muito bem com o espetáculo de rua “Julia”, do grupo Cirquinho do Revirado (SC). Se eu pude assistir? Infelizmente não, pois não poderia sair do meu trabalho para assistir o espetáculo e voltar a tempo de cumprir meu horário de almoço. Mas as pessoas que estavam no Theatro Carlos Gomes, esperando o começo da peça “Os Homens de Barro”, do grupo Os Tião (ES), disseram que é um ótimo trabalho de rua. Já à noite, como eu falei acima, ela começou com o trabalho cênico do grupo de Montanha – ES, as 19h00.

Antes de falar da minha impressão sobre o trabalho do grupo, vamos ao restante, pois no Teatro Universitário, as 21h00, aconteceu a apresentação da peça “R & J de Shakespeare” da Cia. Juventude Interrompida (RJ), e no mesmo horário, no Teatro José Carlos de Oliveira, localizado dentro do Centro Cultural Carmélia Maria de Souza, houve a apresentação do trabalho cênico “As Estrelas Cadentes do Meu Céu São Feitas de Bombas do Meu Inimigo” da Cia. Provisório-Definitivo (SP). Quando sai do Centro de Vitória – ES, a caminho de meu bairro, vi a frente do Teatro Universitário, então acredito que a peça da companhia carioca teve um público muito bom. Quando a companhia paulista, até o momento não possui informações sobre como foi a apresentação.

Agora vamos lá. Eu, como responsável pelo blog Teatro Capixaba, me vejo na obrigação de assistir aos trabalhos cênicos que são feitos pelas pessoas de nosso estado. Gostaria muito de ir assistir também aos espetáculos de rua, como “O Auto do Tatu” da Folgazões Companhia de Artes Cênicas, que aconteceu na segunda-feira (14/10/2013) na Praça Costa Pereira, mas como expliquei acima, meu trabalho me impede de tal feito. Mas nem sempre assisto a boas peças. Foi o caso de “Os Homens de Barro” do grupo Os Tião.

Quando ouvimos falar de uma peça de Ariano Suassuna, esperamos que as pessoas busquem fazer o melhor na hora de adaptar um trabalho do dramaturgo pernambucano. Ariano é um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira e suas peças são verdadeiras obras. É assim com “O Auto da Compadecida”, “O Santo e a Porca”, “Farsa da Boa Preguiça”, “A Pena e a Lei” e “O Casamento Suspeitoso”.

Um dos grandes promulgadores do Movimento Armorial, as obras de Ariano Suassuna receberam vários prêmios e são de excelente qualidade, possibilitando os artistas a fazer trabalhos primordiosos. Pena que não foi o caso do grupo Os Tião.

Pode parecer que eu gosto disso, mas eu odeio ter de criticar negativamente um trabalho teatral capixaba, pois parece que inferiorizo, mas a bem da verdade é que eu gostaria de entrar no teatro e ver um trabalho que me de orgulho, como ocorreu no domingo (13/10/2013) com o espetáculo “A Casa do Assoalho Velho” da Trupe Iá Pocô e ante-ontem (14/10/2013) com o espetáculo “Tempo de Areia” do grupo Repertório de Artes Cênicas, mas não é sempre assim.

Os Tião precisam se aperfeiçoar muito na arte de interpretar, pois fica muito explicito as marcações, destoando da naturalidade do espetáculo. São movimentos robóticos e acentuados de forma anti-natural. Quando eu trabalhava como ator, um diretor e muito amigo meu me disse que movimentos que destoam da naturalidade das palavras ficam falsos e desnecessários. Hoje eu entendi o que ele quis dizer.

O texto é lindo, falando sobre um tema que Ariano ama, religiosidade. Fala sobre traições, devoção, loucura e, diferente das comédias como “O Auto da Compadecida”, trabalha com o tema da religião de uma forma mais pesada. O problema é que os atores gritavam em cena, para expressar a raiva e o ódio, havia uma linearidade, sem demonstrações de altos e baixos. As expressões faciais se destoavam do que o ator queria dizer com as falas, assim como as gesticulações fora do momento.

Acredito que “Os Homens de Barro”do grupo Os Tião, como um trabalho amador, funciona perfeitamente bem, mas fica complicado vê-lo em um Festival como esse, que traz espetáculos com grande grau de profissionalidade dos envolvidos. Espero mesmo que o grupo venha a crescer e não desista nunca de continuar tentando, pois o nosso estado precisa de grupos que continuem a batalhar para alcançar o nível profissional, mas acredito também que eles precisem contratar profissionais da área de interpretação, expressão corporal e expressão vocal, para que esse crescimento aconteça.

E o Festival continua hoje (16/10/2013) ocupando os teatros da capital e indo além das pontes que interligam a ilha de Vitória ao continente.

O espetáculo de rua “Julia”, do grupo Circozinho do Revirado (SC) estará na Praça Duque de Caxias, em Vila Velha-ES, as 12h00. Já as 19h00, no Teatro do Sesi, teremos nosso espetáculo internacional. O grupo Teatro Del Caballero, de Cuba, apresenta seu trabalho cênico “Retrato de un Hombre Desnudo”. Já as 21h00, teremos a Cia. Atores de Laura (RJ), apresentando no Theatro Carlos Gomes, a peça teatral “Absurdo”. Abaixo disponibilizo os realeases e as informações técnicas.

Os espetáculos que acontecem dentro do teatro tem entrada franca e os ingressos começam a serem distribuidos a partir das 13h00, nas bilheterias dos teatros, sendo que é um ingresso por pessoa. Já as apresentações em praças públicas, é só você chegar, se ajeitar e aproveitar. Desejo a todos boa diversão!

PEÇA: JÚLIA

julia2Grupo : Cirquinho do Revirado - SC

HORA: 12 horas

Duração : 55 min.

CLASSIFICAÇÃO: 12 anos

LOCAL: PRAÇA DUQUE DE CAXIAS, CENTRO - VILA VELHA

RELEASE: Júlia, uma mulher das ruas, vem chegando. Palheta, seu fiel escudeiro, é quem a conduz. Na bagagem, coisas do mundo, coisas da vida, tantas coisas. Entre realidade e ilusão há uma linha muito tênue, onde uma mulher sem pernas seria capaz de rodopiar. Esta dupla errante gira o mundo ou é o mundo quem os gira? Excluídos pelos excluídos, dizendo-se donos dos restos de um circo incendiado, Júlia e Palheta “se viram”. Não é fácil ter pernas!

FICHA TECNICA:

Atuação: Reveraldo Joaquim e Yonara Marques

Direção: Pépe Sedrez

Assistente de Direção: Fabiano Peruchi

Roteiro: Fabiano Peruchi, Pépe Sedrez, Reveraldo Joaquim e Yonara Marques

Consultoria de Dramaturgia: Gregory Haertel

Direção de Arte e Figurinos : Maíra Coelho

Assistente de Arte e Figurinos: Alexandre Antunes

Cenografia: Luciano Wieser, Maíra Coelho, Reveraldo Joaquim e Yonara Marques

Criação e Estrutura do Cenário: Reveraldo Joaquim

Maquiagem e Caracterização: Carlos Eduardo Silva

Próteses Dentárias: Júlio César Gaffrée Orviedo

Técnicos: Luan Marques Joaquim e Adriano Medeiros Marcirio e Antonio Roseng

Produção: Cirquinho do Revirado

PEÇA: RETRATO DE UN HOMBRE DESNUDO

Retrato-twoGRUPO: Teatro Del Caballero - CUBA

HORA: 19 h

DURAÇÃO: 60 min.

CLASSIFICAÇÃO: 14 anos

LOCAL: SESI

RELEASE: Dois homens buscam encontrar-se, sem que saibam a ciencia exata que separa a relação que os unem. Um deles se aproximando da crise dos Cinquenta Anos, o outro é desesperadamente jovem. Uma viagem de ida e volta em que ambos se inserem de manera lúdica em situações que escapam da realidade a ficção. Mostram ao publico suas paixões e se submetem-se em um labirinto de amor, odio, decepção e esperança justamente em suas proprias vidas. Talvez sua relação de encontros e desencontros nos questionem a nossa propia crise de idade. Essa que é inevitavel porque sempre chega em algum momento de nossas vidas. Venha se Divertir e Chorar pois verá que idade não é nada!

FICHA TECNICA:

Adaptação: Jose Antonio Alonso

Produção e Direção: Jose Antonio Alonso / Renato Modesto

Elenco:Jose Antonio Alonso, Yunior Garcia Aguilera

Sonoplastia: Ana Paula Vieira Nascimento

Figurinos: Jose Antonio Alonso

Iluminação: Renato Modesto

PEÇA: ABSURDO

absurdo5GRUPO: Cia Atores de Laura - RJ

HORA: 21 horas

DURAÇÃO: 80 min.

CLASSIFICAÇÃO: 14 anos

LOCAL: TEATRO CARLOS GOMES

RELEASE: Duas casas em uma casa. Um filho de duas famílias. Fora dessas casas, um mundo tão perigoso que quase ninguém mais consegue sair. Separados ou unidos por uma mesma mesa, temos um homem que não suporta sua própria companhia e uma mulher aprisionada por obsessões cotidianas. O casal tenta comemorar 20 anos de casamento. Um outro Homem procura a sua casa perdida há vinte anos. Enquanto não a encontra, vive há muito tempo com uma outra mulher que não tem objetivo, nunca muda e está sempre diferente. E um filho que nunca saiu de casa e quer conhecer o mundo. O teatro pode e deve criar metáforas para que possamos pensar, elaborar e, por que não, rir desse paradoxo.

FICHA TECNICA:

Dramaturgias e Texto: Cia Atores de Laura

Direção: Daniel Herz.

Elenco: Ana Paula Secco, Anderson Mello, Luiz André Alvim, Márcio Fonseca e Verônica Reis.

iluminação: Aurélio de Simoni

figurino: Patrícia Muniz

cenário: Fernando Mello da Costa e Rostand Albuquerque

direção de produção: Ana Lelis

assistência de direção: Clarice Kahane

assistência de produção: Renata Campos

realização: Cia Atores de Laura

Nesta quarta-feira também teremos o Workshop “Sotaques do Maranhão” com o professor Leonel Alves da Santa Ignorância Cia. de Artes São Luis (MA) dentro do projeto Palco Giratório do SESC. O worksho acontecerá na Escola Técnica Estadual de Teatro, Dança e Música Fafi, das 14h00 às 18h00. O limite de vagas é de 20 participantes, sendo que estes serão atores, diretores e estudantes de teatro.

Também acontecerá no Café Teatro e Hall do Theatro Carlos Gomes o lançamento do livro “Cena Aberta – Vol. IV” da dramaturga Vera Vianna, as 18h30.

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