Hoje (26/01/2010) recebi da Assessoria de Comunicação da Secretaria do Estado da Cultura (SECULT) uma matéria que saiu na página Opinião do jornal A Gazeta de sábado (23/01/2010).
É assim mesmo, eu estava tão louco da vida para passar para vocês o material da Escola de Teatro e Dança FAFI, pois tive que digitá-lo, direto de A Tribuna, que terminei ignorando uma matéria maravilhosa sobre a cultura do nosso estado, que cresceu muito no ano de 2009.
A matéria cujo título está estampado aí em cima fala sobre todo o movimento cultural no estado e sua abrangência, desde a ampliação da Orquestra Filarmônica, que saiu dos palcos do Theatro Carlos Gomes, indo se apresentar nas escolas, até os cursos desenvolvidos em parceria pela SECULT e o SEBRAE. Não vou me prolongar muito com a história, e como recebi autorização do editor Rubens Gomes, vai a matéria na íntegra:
Seja na música, no cinema, na literatura, nas artes plásticas, no teatro, na dança ou no folclore, várias expressões artísticas de Norte a Sul do Espírito Santo, aproximando o artista local do público
Se fizermos um comparativo com os anos anteriores, 2009 foi um ano de avanços na área cultural no estado. Seja na música, no cinema, na literatura, nas artes plásticas, no teatro, na dança ou no folclore, várias expressões artísticas circularam de Norte a Sul do Espírito Santo, aproximando o artista local do público e ampliando um mercado que, até por razões históricas, sempre foi restrito e dependente do poder público.
Exemplos não faltam. Na área musical, vimos a Orquestra Filarmônica ampliar seu campo de atuação com uma série de apresentações no interior, no Teatro Carlos Gomes e nas escolas; por outro lado, representantes do segmento pop (Solana, Gustavo Macaco, André Paste, entre outros) percorreram o Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba a bordo da turnê Omelete Marginal. Tivemos ainda o prazer de acompanhar a ascensão de sambistas com Dorkas Nunes, que lançou dois CDs, além de pianistas refinados como Fabiano Araújo e Turi Collura, isso sem falar nos grupos de choro, jazz, blues e música instrumental.
Nas artes plásticas, enfim podemos afirmar que Vitória entrou no mapa das grandes exposições internacionais, como a vinda à Capital das mostras de Andy Warhol (lançamento que trouxe ao estado jornalistas de várias partes do país), Leonardo DaVinci e Charles Darwin, este dois últimos no Palácio Anchieta, que, após uma cuidadosa restauração, abriu suas portas para visitação pública como fonte de história e beleza.
Com o crescimento do mercado, o artista poderá realizar o seu sonho, que é de viver da sua arte
No teatro, deve-se destacar a força dos festivais no interior e na Capital, mostrando que o público prestigia a produção local, desde que haja investimento em divulgação e na qualificação dos espetáculos. O mesmo pode ser dito em relação ao cinema, com as mostras universitárias em ascensão, e o Vitória Cine Vídeo mais do que consolidado como evento de porte nacional.
Na literatura, muito se discutiu o papel do escritor, em iniciativas, como o Debate-Papo com o Autor, da Biblioteca Pública Estadual, e o Mercado Literário, da Prefeitura de Vitória. Eventos desse tipo diminuem o distanciamento diminuem o distanciamento entre autor e leitor, e colocam em pauta um tema que vale para todas as áreas artísticas: como fazer sua arte chegar ao público? E como viver de arte no estado?
A resposta, sem dúvida, passa pela qualificação dos agentes culturais. A profissionalização não é apenas uma necessidade; é uma obrigação. Em um mercado cada vez mais competitivo, quem não projeta um espetáculo bem elaborado – com roteiro, iluminação, figurinos, boa aparelhagem de som, técnicos competentes, produção executiva, assessoria de imprensa, enfim, uma direção contemple todas as etapas que fazem parte de um evento cultural – está fadado ao fracasso.
Iniciativa interessante nesse sentido foi uma parceria entre Secretaria de Estado da Cultura e Sebrae que promoveu um curso de capacitação para profissionais da música, incluindo palestras sobre produção musical e direção de show, com nomes consagrados como Ney Matogrosso, que dividiu sua experiência com artistas locais. Esse intercâmbio é fundamental para trazer ao mercado local um conhecimento técnico que é difundido há décadas no eixo Rio-São Paulo.
Admitir que estamos atrasados nesse quesito é sinal de humildade e o primeiro passo para o crescimento. Mas se o trabalho tem originalidade, qualidade e conteúdo, ele terá a atenção merecida da imprensa e do público. Diante desse círculo, o empresariado não terá como fechar os olhos e passará a investir mais na cena local. É, com o crescimento do mercado, o artista poderá realizar o seu sonho, que é o de viver da sua arte.
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