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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

“A Patética” na FAFI

patetica2 Este texto é fantástico, me apaixonei por ele no momento em que o li. “A Patética” (ou simplesmente “Patética”, como fora intitulada pelo seu autor João Ribeiro Chaves Netto) nos leva aos momentos finais do jornalista, professor e dramaturgo croata Vladimir Herzog, contado por um grupo circense.

O dramaturgo João Ribeiro Chaves Netto nos conta com muita facilidade de compreensão todos os momentos sufocantes que a esposa do jornalista, a publicitária Clarice Herzog, passou para conseguir falar com o marido ou mesmo para vê-lo. Nossa, se eu contar mais, estraga a história.

Assim que recebi o material que colocarei a seguir aqui, fiquei felicíssimo de saber que os alunos finalistas do Curso de Qualificação Profissional de Teatro da Escola de Teatro e Dança FAFI, pois se seguirem as intenções do autor a risca, nos mostraram destrezas malabares e uma história simplesmente emocionante.

“A Patética” estará em cartaz nos dias 12 e 13 de dezembro de 2009 (sábado e domingo), no Laboratório da Escola de Teatro e Dança FAFI, no horário das 19:00. A entrada é franca e os ingressos deverão ser retirados uma hora antes do espetáculo. Agora vocês seguem com o material enviado a mim pelo Coordenador de Teatro da Escola, o diretor Wilson Coêlho (Obrigado Wilson!).

ESCOLA DE TEATRO E DANÇA FAFI

Apresenta

A PATÉTICA

LOCAL: LABORATÓRIO DA ESCOLA DE TEATRO E DANÇA FAFI
END.: AV. JERÔNIMO MONTEIRO, 656 - CENTRO - VITÓRIA - ES
DATAS: 12 e 13 de dezembro
HORÁRIO: 19:00 horas
ENTRADA FRANCA
OS INGRESSOS DEVERÃO SER APANHADOS 1 (UMA) HORA ANTES DO ESPETÁCULO
MAIORES INFORMAÇÕES: 3381.6921 - 3381.6922

A PATÉTICA OU UMA PAIXÃO

ENGAJADA

Frios e mudos,
os muros erguem-se;
ao vento, as bandeiras tilintam.

Friedrich Hölderlin

Classificada em primeiro lugar, no VIII Concurso Nacional de Dramaturgia, realizado pelo SNT (Serviço Nacional de Teatro), em 1977, o texto “Patética”, de João Ribeiro Chaves Neto, conforme Fernando Peixoto, “nasce quando o teatro brasileiro está circunstancialmente castrado em seu mais legítimo potencial criativo, amordaçado por uma arbitrária censura que vem regularmente impedindo que dramaturgos e encenadores realizem um esforço crítico conseqüente com a realidade”.

“Patética” – texto confiscado pelos órgãos de segurança – trata do “suicídio” do jornalista Wladimir Herzog, ocorrido em 1975, nas masmorras do DOI-CODI, em São Paulo, na considerada fase mais violenta da repressão militar. Apesar do autor, João Ribeiro Chaves Neto, ser cunhado de Herzog, a elaboração da peça não se trata de uma atitude isolada, considerando que a mesma faz parte de um conjunto de dramaturgos, diretores e grupos que se inserem num movimento teatral comprometido com a resistência ao regime militar de 1964. Na maioria das vezes, apelando para episódios históricos ou situações simbólicas e alegóricas este movimento produziu textos enfatizando a repressão à luta armada, o papel da censura, o arrocho salarial, o milagre econômico e a ascensão dos executivos e a supressão da liberdade. Entre estes também destacamos Oduvaldo Viana Filho, Gianfrancesco Guarnieri, Ruy Guerra, Chico Buarque, João das Neves e tantos outros, sendo alguns ex-integrantes do Centro Popular de Cultura que no momento foi colocado na ilegalidade.

Dividida em dez cenas, “Patética” é uma espécie de teatro no teatro, ou seja, a peça dentro de uma representação que se encerra e se abre num circo que está sendo fechado pela repressão. A partir do jogo de contar uma história onde cada um dos atores assume um ou mais personagens, desenrola-se a trajetória dos Horowitz, um casal de judeus iuguslavos que, chega ao Brasil em 1949 e se estabelece em São Paulo. Acompanham a vida do filho Glauco (Wlado ou Wladimir) que ingressa no jornalismo e passa a ter uma militância política e, tanto pela consciência dos problemas sociais e políticos de sua época, quanto pelo seu destaque na imprensa, acabou preso, torturado e morto na prisão. O chamado “suicídio” de Wladimir Herzog, devido a grande repercussão nos meios de comunicação, é compreendido por alguns analistas como o ponto de onde se inicia todo o processo de abertura política no Brasil.

No caso dessa montagem pelos alunos finalistas do Curso de Qualificação Profissional em Teatro da Escola de Teatro e Dança FAFI, faz parte da disciplina Prática de Montagem II que tem a dramaturgia contemporânea brasileira como critério de escolha de uma obra a ser encenada. E a “Patética” foi eleita em virtude não só da discussão do teatro como um discurso político e a idéia de uma arte engajada, mas também pela essência da palavra que significa uma possibilidade de incitar as paixões e, ainda, por propiciar o exercício do princípio básico de uma montagem: o processo de criação e organização daquilo que foi aprendido e apreendido ao longo do curso, desde a teoria até a prática, passando pela convivência e conscientização do trabalho em equipe e, enfim, pela busca de equilíbrio entre o sonho e a realidade.

Wilson Coêlho

Coordenador de Teatro
9938.9794 - 3289.7837 - 3381.6923

patetica

Agradecimentos: Wikipedia, a enciclopédia livre

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