Amanhã (11/06/2011), no Theatro Carlos Gomes, retorna o solo cênico de Vinicius Piedade, baseado no livro do dramaturgo Saulo Ribeiro, "Cárcere". A peça já esteve no estado, aonde estreou, e circulou o Brasil, fazendo muito sucesso por onde passava. Só para complementar o sucesso, na parte de cultura do site R7, a jornalista Adriana Macedo, colocou uma crítica da peça, quando esta esteve em São Paulo.Saulo Ribeiro enviou para mim o material e eu disponibilizo aqui no blog Teatro Capixaba, mas quem desejar pode entrar no R7 Cultura: http://entretenimento.r7.com/blogs/r7-cultura/2011/05/18/carcere-fala-sobre-musica-e-silencio/
18 maio 2011 às 18:50
Tags: Cárcere, Teatro, vinícius piedade
Monólogo sobre pianista preso por tráfico de drogas discute liberdade, violência, criatividade, vocação artística, morte, mas, sobretudo, música e silêncio
Por Adriana Macedo, do R7
Vinícius Piedade dirigiu e atua no monólogo Cárcere, que retoma um tema recorrente da literatura e da dramaturgia, mas numa roupagem mais leve, contemporânea, e por que não dizer, musical.
Preso numa cadeia, um pianista sente falta da liberdade, da rua, do mar que observa pelas grades, mas sente principalmente falta do seu piano, de sua música, de música.
O pedido inusitado de um piano para a sua cela faz com que o artista condenado seja mal interpretado pelos colegas de cárcere. Ameaçado, é levado para o “seguro”, cela onde são enviados os jurados de morte. Lá, ele vive a angústia da espera de uma rebelião iminente.
É desse lugar, para onde vão os marcados para morrer, que o protagonista narra uma semana de sua vida de prisioneiro. Nesse ritmo de contagem regressiva, suas expectativas, impressões, reflexões e sensações são contadas como num diário. Nele, o pianista faz um panorama de sua vida até ali, como se tornou músico por influência do tio e traficante por necessidade.
Como não pode ver muito além das grades, dois sentidos marcam as sensações do protagonista em seu pequeno isolamento. O olfato e a audição – esta já bem desenvolvida nos músicos - ganham relevância no monólogo.
Longe da música, tudo para ele passa a ser ouvido como tal. Numa cena bastante poética, ele chega a confundir os gritos e sussurros de seus companheiros de confinamento com uma suave melodia.
A plateia quase sente o cheiro do dia de visita, descrito em pormenores pelo presidiário: o cheiro da comida que os parentes levam para os presos, o cheiro do frescor da rua, o cheiro das avós que carinhosamente visitam seus netos encarcerados...
Mas, o protagonista não tem visita, ninguém o espera do lado do fora, a não ser o seu piano, em silêncio.
Fugindo ao óbvio, a peça emociona, diverte e faz refletir sobre as intrínsecas e controversas relações entre liberdade/música X prisão/silêncio.
Com texto de Saulo Ribeiro, o espetáculo já rodou o país e se prepara para temporada europeia em 2012. Em São Paulo, tem duas últimas apresentações no dias 21 e 22 de maio. Vale a pena cada minuto!
Cárcere
Avaliação: Excelente
O espetáculo estará no Theatro Carlos Gomes, em Vitória/ES, neste sábado e domingo (11 e 12/06/2011, respectivamente) nos horários de 20h00 (sábado) e 19h00 (domingo), com ingressos nos valores de R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia). Depois parte para Colatina/ES no dia 17/06/2011 (sexta-feira), no Teatro do Marista, e finaliza no Teatro Fernando Torres, em Guaçui/ES, no dia 18/06/2011 (domingo). Bom espetáculo para todos!
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