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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Solo cênico “Cárcere” no Theatro Carlos Gomes

Este espetáculo “de uma pessoa só”, também conhecido como monólogo ou solo cênico, que trás o brasileiro Vinicius Piedade, que atua e dirige sob o texto do dramaturgo Saulo Ribeiro, viajou todo o Brasil e agora retorna aos palcos capixabas, aportando inicialmente no Theatro Carlos Gomes, em Vitória/ES, depois segue para o norte, em Nova Venécia (16/06/2011) e Colatina (17/06/2011), indo logo em seguida para o sul, aonde atuara no Teatro Fernando Torres, em Guaçuí, no dia 18/06/2011. Mas sua parada inicial acontecerá nos dias 11 e 12 de junho de 2011 (sábado e domingo) na capital.

“Cárcere” conta de uma forma divertida uma semana na vida de um presidiário que será refém numa rebelião iminente. Ele vive em ritmo de contagem regressiva e com suas expectativas, impressões, reflexões e sensações que são reveladas pro um diário, que Vinicius leva ao palco. Abaixo segue uma apresentação da peça e a ficha técnica. O solo estará em cartaz nos dias 11 e 12 de junho de 2011, sendo que no sábado a apresentação será as 20h00 e no domingo as 19h00, com ingressos nos valores de R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia), mas se for comprado até amanhã (03/06/2011), no Kaffá Cafeteria, localizado na Rua da Lama ou pelo telefone (27) 8187-9272, poderá ter um preço promocional. Bom espetáculo para todos!

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CÁRCERE

UM SOLO DE VINÍCIUS PIEDADE

DIREÇÃO MUSICAL: MANUEL PESSÔA

TEXTO: SAULO RIBEIRO e VINÍCIUS PIEDADE

Sinopse

Cárcere apresenta uma semana na vida de um presidiário que será refém numa rebelião iminente. Ele vive em ritmo de contagem regressiva e suas expectativas, impressões, reflexões e sensações são expressadas por ele num diário que o ator leva para o palco.

Apresentação

A peça CÁRCERE é uma reflexão sobre a liberdade através dos olhos de um homem que é privado da sua: um presidiário. Mais que isso, esse preso está numa semana decisiva, pois vive a situação limite de se tornar refém em uma rebelião iminente. A peça se passa justamente no período em que ele descobre que será refém, uma segunda-feira, até o dia em que estoura a rebelião, um domingo. Trata-se, então, da teatralização do diário escrito por esse preso na semana em que vive uma espécie de contagem regressiva.

Suas reflexões, lembranças e razões para continuar “se equilibrando na linha tênue entre persistir e desistir”, num momento em que está “na beira do vulcão, no fio da navalha, na linha do trem, na mira da bala”, são expressadas por um ator sozinho no palco em vibrante contato com o público.

Preso por tráfico de drogas, o pianista autodidata Ovo vive intensamente os momentos que antecedem a rebelião em que ele é jurado de morte por estar na ala dos seguros do presídio.

Sua relação com o piano e a falta que sente dele fazem com que Ovo canalize sua criatividade nesse diário. Diário de um homem em estado de sítio. “Eu preferia tocar piano e dizer o que tenho pra dizer em ritmo e disritmia, mas como aqui não tem piano eu escrevo, mesmo sem saber fazer poesia”.

O torpor cotidiano, a vida besta que no fim nos engole como fera, são retratados aqui como o próprio conteúdo nos propõe: de maneira simples, por vezes ordinária. Um presidiário, um homem, nós.

As diferentes dinâmicas da proposta dramatúrgica acabam se completando, caracterizando assim a proposta estética do espetáculo, nessa reflexão sobre personagens comuns em momentos decisivos.

A busca de uma linguagem acessível visa estimular o questionamento critico do público em relação à história contada, sensibilizando o espectador a compartilhar a reflexão encarnada no palco. A peça CÁRCERE traz à cena diferentes camadas de profundidade que visam proporcionar ao público um mergulho em diferentes perspectivas de ser e estar livre. Mas é, sobretudo, mais pergunta do que resposta sobre o significado da liberdade pra cada um.

Concepção e parcerias

Na criação do texto, o autor Saulo Ribeiro se baseou em acontecimentos reais dos quais teve conhecimento na época em que foi professor na cadeia.

Na peça, um presidiário está vivendo uma semana que pode ser decisiva para a sua vida. Seus pensamentos, sentimentos e sua capacidade crua e dura, heróica, de questionar e enfrentar os acontecimentos recentes convidam a uma reflexão sobre a vida, as atitudes e a liberdade de todos.

Foi Saulo quem levou Vinícius Piedade aos presídios do Espírito Santo para apresentar seu primeiro solo CARTA DE UM PIRATA, que percorreu diferentes presídios. Presídio de Seguros, Presídio de Segurança Média, Presídio Feminino e Presídio de Reabilitação. Depois dessas apresentações, desse encontro do artista e sua peça com esse público em situação limite, o ator quis expressar e investigar a liberdade. E escolheu para isso falar de um preso em situação limite.

Sua busca, que a princípio era simplesmente realizar a peça nesse contexto por julgar que o teatro é uma arte humanizante, passou a ser investigar artisticamente essa questão. E para isso contou com a arte de Saulo Ribeiro, historiador, escritor, defensor público e professor de cadeia.

Manuel Pessôa também é um parceiro decisivo nessa construção, sendo responsável pela criação musical que permeia toda a peça. Em determinadas ocasiões, Manuel Pessôa executa a trilha ao vivo com o piano.

A relação do ator com a trilha sonora é muito intensa. A música entra como um fator decisivo na estética de impacto. O fato de o preso ser pianista intensifica mais ainda a presença da música, que passeia em diferentes intensidades em consonância com os momentos vividos pelo preso.

PESQUISA

Depois de cinco anos em viagens por todo país com o solo CARTA DE UM PIRATA, Vinícius Piedade volta ao palco com essa dramaturgia inédita visando aprofundar sua pesquisa da questão do ator sozinho no palco usando o mínimo de recurso, mas visando o máximo de efeito. Sua pesquisa iniciada com a turnê de CARTA DE UM PIRATA coordenado por Denise Stoklos chama-se O ATOR INCONFORMADO. CÁRCERE é a continuidade dessa pesquisa juntamente com o solo INDIZÍVEL. As três peças estão no repertório de Vinícius Piedade.

REFLEXÃO DO ESPETÁCULO CÁRCERE (e importância social da arte)

Na base do projeto CÁRCERE está a concepção de uma arte popular entendida como uma arte acessível a todos, sem procurar ser destinada a um público específico.

Combinamos os mais diversos elementos: a música, a literatura, a mímica e o teatro em suas várias acepções: erudito, popular, regional. Primamos por tornar a arte simples, sem perder o caráter poético e a erudição, apostando também na sensibilização dos espectadores.

Atrelando a concepção do espetáculo ao processo de difusão cultural, a peça se estrutura sobre a questão de como democratizar o acesso à arte. Sendo assim, a democratização não é apenas um compromisso, mas a própria razão de ser do espetáculo. E isso se dá de diversas formas, seja através de apresentações em contextos físicos e sociais adversos, seja nas parcerias que já foram feitas e que serão feitas por todo país na viabilização desse acontecimento teatral.

Ficha Técnica

Direção, iluminação e atuação: Vinícius Piedade

Texto: Saulo Ribeiro e Vinícius Piedade

Trilha Sonora: Manuel Pessôa

Concepção visual: Márcio Baptista

Figurino: Cynthia Guedes

Fotos: Joffre Oliveira

Produção local: Coletivo Opiniães

extraído do site do Vinicius Piedade: http://www.viniciuspiedade.com.br/2008/07/apresentacao-2/

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