Entrevista: Cia. Tato Criação Cênica (PR)
Por Fabrícia Dias
Entre os dias 16 e 19 de maio o Estado recebeu mais uma etapa do Projeto Palco Giratório 2010, desta vez promovendo o Intercâmbio Cênico entre dois grupos teatrais de Vitória (Grupo Vira-Lata de Teatro e Cia. Folgazões) com a Cia. Tato Criação Cênica, do Paraná. Os grupos oportunamente trocaram experiências metodológicas e a exibiram seus espetáculos.
A Tato Criação Cênica, cia. com histórico desde 2004 tem por característica a criação cênica tomando como ponto de partida a construção de uma dramaturgia corporal, objetivando referências como dança, mímica e teatro de animação. È de autoria da Cia. os espetáculos “Tropeço” e “E se...”, aos quais prestigiei e me deleitei!
“Em Busca de Uma Dramaturgia Física”, oficina oferecida a atores e estudantes ocorreu no dia 20 na Escola de Teatro e Dança Fafi com parceria do Sesc. O momento foi marcado por trabalho físico adotado pela Tato e que antecede a dramaturgia gerada a partir das próprias possibilidades corporais. Na entrevista abaixo com os atores Katiane Negrão e Dico Ferreira falam um pouco sobre seu processo de criação e sobre o espetáculo “Tropeço”.
Blog Teatro Capixaba: Quem conferiu os espetáculos da Tato pode perceber que os personagens no palco eram frutos direto das mãos dos atores e que tipos como o idoso, o bebe, o músico surgiam nas pontas dos dedos de forma encantadora. Podemos considerar a técnica de manipulação pesquisada por vocês como Teatro de Bonecos? Fale um pouco sobre a linguagem de animação corporal e do processo de criação dos personagens?
Cia. Tato Criação Cênica: Costumamos chamar de Teatro de animação, que é uma forma mais genérica que engloba o teatro de bonecos, teatro de sombras, de objetos; e no nosso caso chamamos de Teatro de animação corporal.
Partimos a criação pela forma, formatos de mão agregados a um oU mais adereços dão origem às figuras, coloca-se uma para improvisar com outra, e através da movimentação, ritmo de caminhada, de fala, começam a ganhar personalidade, conforme vão surgindo os personagens os colocamos para improvisar entre si, os que dão jogo, investimos, estabelece-se relações, inicia-se as primeiras cenas.
Blog Teatro Capixaba: Durante o debate após o espetáculo “Tropeço” vocês revelaram que este trabalho se originou a partir de uma cena de 15 minutos e que por tendência o espetáculo cresce em detalhes e qualidade a cada temporada. Por que o desejo de se falar sobre a velhice hoje? Vocês pensam em falar a um público específico?
Cia. Tato Criação Cênica: Direcionamos o espetáculo para o público adulto, nada mais específico, já o apresentamos para diversos tipos, classes, culturas e ele tem sempre uma boa resposta. Acreditamos que falar da velhice serve para qualquer tempo e qualquer pessoa, pois todos envelhecemos, mas especialmente na nossa cultura ocidental, o desrespeito que se tem a esta faixa etária é alarmante.
Blog Teatro Capixaba: “Tropeço” tem vida cênica de 06 anos com passagem por vários festivais a nível Nacional e Internacional e premiações, o que só acentua a Tato como uma Cia. de repertório. Como encaram lidar com o processo criativo após tanto tempo com o mesmo espetáculo?
Cia. Tato Criação Cênica: É um aprendizado incrível ver um espetáculo amadurecer, crescer a cada temporada, a familiaridade com a técnica, o fortalecimento das personagens em suas personalidades nos dá mais margem para o improviso e mantém o prazer em fazer tantas vezes a mesma obra.
Saiba mais sobre a Cia. Tato Criação Cênica, atores e espetáculos pelo site:
http://www.tatocriacaocenica.com.br
http://www.tatocriacaocenica.com.br
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