Sabe o que mais me deixa feliz além de uma peça teatral capixaba de qualidade em palcos, são os atores que estão compondo o elenco delas. Sempre me deixa feliz ver um ator ou uma atriz dando tudo o que é capaz durante uma apresentação, fazendo o público acreditar no que eles apresentam. Começando assim esta matéria, eu vou disponibilizar aqui para vocês um trabalho feito pela atriz Charlaine Rodrigues.
Chai – como a chamamos carinhosamente – é atriz e produtora de TV e os dois vídeos que colocarei aqui foram feitos por ela em 2006 para treinar a linguagem de documentário na Faculdade de Rádio e Televisão da FAESA, aonde ela se formou.
Bem, para que me prolongar mais se ela preparou um texto bem explicativo e sucinto para melhor entenderem os vídeos? Agora deixo vocês com Atores, de Charlaine Rodrigues:
ATORES
“Não é que ele é esquisito. Ele descobre o potencial humano de ser todos”
Margareth Galvão
O documentário Atores foi gravado em 2006 durante a disciplina de roteiro do curso de Rádio e Televisão. O objetivo era treinar a linguagem do documentário. Com isso, eu que estudo teatro há alguns anos pensei em falar sobre o trabalho do ator. O teatro existe desde o surgimento do homem na terra e possui mais de 2000 anos de história documentada onde o foco de discussão se limitou ao texto e estética em geral. Os primeiros estudos sobre o trabalho direto do ator são muito recentes, datam da virada do século XIX para o XX e tem como marco o russo Constantin Stanislaviski. A partir dele até hoje o conceito de trabalho do ator mudou muito em alguns conceitos e em outros nem tanto.
Observando de fora pode parecer básico o seu trabalho, mas cada linha estética e a partir de cada montagem o seu modo de trabalhar se adapta. Sua formação é mutável. Não é à toa que chamamos um ator de camaleão. Seu processo de criação é muito difícil de analisar e de enxergar. É um processo que lida com razão e emoção em doses controláveis em certos momentos ou não e, além do mais, para ele isso é normal, é um contrato de risco onde o que está em jogo é sua imagem, suas emoções e sua sanidade.
Com isso procurei os dois veículos de trabalho do ator mais comuns no ES: o teatro e o cinema. Busquei atores que possuíam larga experiência nas duas áreas para saber se existia diferença no processo de construção de personagem, postura em relação a equipe e como estes se adaptavam às linguagens de cada suporte. Foram expostos dificuldades, prazeres, conceitos e, principalmente, uma grande dedicação e paixão pela profissão. Praticamente todos os atores se encontravam em cima de um palco, mas dessa vez, não como personagens falando para um meio que registra tudo o que dizem e fazem, diferente do teatro. A fusão das duas linguagens procurou atravessar todo o trabalho. Naquele suporte, o vídeo, a palavra era dos atores, mas também do diretor que interrompe onde acha necessário e da câmera, cúmplice dos dois lados.
Charlaine Rodrigues
Atriz e produtora de TV
Agora apreciem o documentário, que foi dividido em duas partes:
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