A matriarca Bernarda Alba impõe luto aprisionando
suas filhas em casa. Algumas não se resignam e lutam pela liberdade e pela
conquista do amor de Pepe (único personagem masculino e sempre ausente) como
saída de tamanha opressão.
O diretor José Luiz Gobbi explica que concebeu a
direção com ênfase na crueldade das relações familiares, na opressão feminina e
na luta pela liberdade. Por isso, utiliza recursos que provocam ainda mais
tensão: a cenografia assinada pelo artista plástico Celso Adolfo e a forte
percussão do flamenco na trilha sonora. Elementos do cenário se deslocam com a movimentação
do elenco e a marcação flamenca, ampliando a dramaticidade do universo
característico de Lorca. Afinal o poeta concebeu a peça com a intenção de um
“documentário fotográfico”.
“A Casa de Bernarda Alba”, de 1936, foi o último
texto do gênio da dramaturgia espanhola e que encerra a sua “trilogia dramática
da terra espanhola” (as duas primeiras são Bodas de Sangue, de 1933, e Yerma,
de 1934). Meses depois, Lorca foi fuzilado pelas forças repressoras em plena
Guerra Civil espanhola.
A CASA DE BERNARDA ALBA
Direção: José Luiz Gobbi
Produção: Miriam Gonçalves de Assis
Adaptação: Vanessa Cordeiro Schaydegger
Elenco:
Eneidis Ribeiro (Martírio)
Fabiane Simões (Poncia)
Giovana Voig (Adela)
Lilian Menenguci (Bernarda Alba)
Márcia Moraes (Madalena)
Victória Ramos (Angústias)
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