"O Teatro Universitário da Ufes recebeu a peça Humor de Quinta no dia 15 de março de 2008 lotado de pessoas de várias idades e classes. Foi uma noite de muitas gargalhadas e alegrias. A aresentação do projeto Humor de Quinta juntou dois conceitos de humor: a tradicional 'stand up', a contação de piadas por uma pessoa neutra e a representação de um texto linear de um personagem falando de si, onde ele geralmente, escracha com algum esteriótipo da nossa sociedade. Nos dois conceitos houve sucesso. Sérgio Rabello com seu jeito despretencioso conquistou a platéia por meio de piadas de todas as formas. Ângela Dipp e Octavio Mendes estavam primorosos satirizando, sem perdão, com toda a soceidade. Isso mostra que Humor de Quinta tem uma carreira longa pela frente.
"O espetáculo não foi muito diferente do apresentado no Youtube da internet (http://www.youtube.com.br/). A utilização desse recurso favoreceu a popularidade da peça, mas também fez com que as piadas, os personagens e suas performances se tornassem previsíveis. Muitas pessoas já sabiam exatamente o que o ator iria falar. Mas talvez o teatro esteja, graças a tecnologia, tornando-se não só popular, mas pop. A entrada de Irmã Selma no palco relembrou uma grande celebridade para se apresentar, ou um cantor que executa os primeiros acordes da música que está estourando nas paradas e que todos sabem cantar. A tradição do teatro de, na maioria das vezes, assistir a peça em silêncio e aplaudir apenas no final, ficou de fora da noite de 15 de março. A cada entrada de um personagem o público o reverenciava.
"Os personagens foram muito bem construídos e executados. Eles arrancavam gargalhadas do público, mas também falavam de questões muito sérias. A prostituta que reclamava o reconhecimento e perda de espaço para as profissionais do sexo é legítima. A paródia da apresentadora de um programa de televisão sensacionalista reflete uma postura aderida por alguns programas que, quanto mais tragédia exibir, melhor para a audiência.
"Embora muitas pessoas na pláteia se reconheçam em alguns personagens ou pensamentos expressos pelos atores, não há ofensa, apenas uma grande brincadeira com pilares da nossa sociedade. O grupo respeita o público, a começar pela pontualidade (o primeiro sinal tocou exatamente às 21h) e possui um trabalho muito bem acabado, desde a apresentação dos créditos e a despedida final. Esse apuro está também ligado à empresa responsável pela vinda da peça Humor de Quinta, colocando o Espírito Santo na rota de grandes espetáculos. Essa união de boas peças, boa administração e comprometimento com a arte e o entretenimento fazem crescer culturalmente o estado."
Charlaine Rodrigues, atriz e produtora de TV
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