Hoje o teatro comemora, como todos os anos, o seu dia. O mundo inteiro celebra e festeja a existência das artes cênico-teatrais.
O teatro se tornou teatro somente quando os atenienses começaram a fazer encenações dramáticas dos mitos que faziam parte do seu cotidiano. Artistas como Sófocles, Ésquilo, Eurípedes e Eurífanes, foram os predecessores do teatro dramático e cômico. Mas depois deles o teatro somente cresceu no gosto popular, se tornando muitas vezes um tipo de entertenimento que as pessoas poderiam fazer qualquer tipo de trabalho. Na Período Medieval, o teatro fora usado para encenações de textos bíblicos, como autos, que promoviam a crença no Cristo .
Artistas dos mais diversificados, que geralmente eram chamados de mabembes, viajavam por quase toda a Europa, promovendo verdadeiros espetáculos cênicos. Alguns dos expoentes do teatro mundial foram William Shakespeare, Molière, Alexandre Dumas, Henry Irving, Bertold Bretch, Constantin Stanislavski, Maximo Gorki, Frederico Garcia Lorca, entre tantos outros, mas o Brasil não ficou atrás.
Nos primórdios da colonização portuguesa no território que viria a se tornar o nosso país, o padre José de Anchieta descobriu através das artes cênicas a capacidade de “catequizar” os nativos que já viviam aqui, sendo assim, na região de Rerigtiba (hoje conhecida como Anchieta), o jesuíta encenou “Na Festa de São Lourenço”, entre tantos outros. Outros grandes ícones do teatro brasileiro foram - e ainda são - Martins Pena, Nelson Rodrigues, Plínio Marcos, Augusto Boal, Chico Buarque de Hollanda, entre vários outros, cada um em seu tempo, fizeram o teatro brasileiro parte do cenário mundial.
Hoje (27/03/2012) comemoramos os trabalhos de todos os artista citados acima e muitos outros, entre atores, atrizes, produtores, diretores, e todos os envolvidos em levar as artes cênico-teatrais aos palcos do mundo e do Brasil.
Lógico que este dia não passou despercebido, pois aqui em Vitória, capital do Espírito Santo, por exemplo, a Escola de Teatro, Dança e Música Fafi teve um cortejo que iniciou na Praça Costa Pereira e foi até a area externa da escola, aonde aconteceram manifestações, e depois, as 20h30, teve o ensaio aberto do novo trabalho da Cia Makuamba, “Escurial”, de Michel Ghelderode.
Mas como todos os anos, a International Theatre Institute (ITI) convidou um artista conhecido mundialmente para discenir algumas palavras sobre este dia, e a bola da vez é do ator estadunidense John Malkovich.
John Malkovich é ator, produtor, argumentista e realizador estadunidensde, mas primeiro que tudo, ele é um homem do teatro.
Nos anos de 1970, John Malkovich iniciou seus estudos de teatro na Illinois State University. Logo depois de se formar, ele fundou junto com Terry Kinney, Jeff Perry e Gary Sinise, em 1976, a famosa Steppenwolf Theater Company.
Dos trabalhos de Malkovich no cinema, podemos destacar Império do Sol (1987), Ligações Perigosas (1988), Ratos e Homens (1992), O Segredo de Mary Reilly (1996), Cartas na Mesa (1998) e O Retorno do Talentoso Ripley (2002), dentre vários outros filmes da carreira deste ator, cuja performance foi homenageada de forma única em Quero Ser John Malkovich (1999).
Abaixo segue a mensagem de John Malkovich, traduzida pelo Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos (STE), para o ITI no Dia Mundial do Teatro. MERDA para todos!
MENSAGEM DO DIA MUNDIAL DO TEATRO 2012
De: JOHN MALKOVICH
Fico honrado por o ITI - Instituto Internacional do Teatro me ter pedido para fazer este discurso comemorativo do 50º aniversário do Dia Mundial do Teatro. Vou então dirigir estes breves comentários aos meus companheiros de teatro, meus pares e meus camaradas.
Que o vosso trabalho possa ser apaixonante e original. Que ele possa ser profundo, comovente, contemplativo, e único. Que ele nos ajude a reflectir sobre a questão do que significa ser humano, e que esta reflexão seja guiada pelo coração, sinceridade, candura, e charme. Que consigam ultrapassar a adversidade, a censura, a pobreza e o niilismo, que muitos de entre vós serão obrigados a enfrentar. Que sejam abençoados com o talento e rigor para nos ensinar sobre o batimento do coração humano, em toda a sua complexidade, e com a humildade e curiosidade que faça disto o trabalho da vossa vida. E que o melhor de vós próprios - porque só poderá ser o melhor de vós próprios , e mesmo assim apenas em raros e breves momentos – consiga definir a mais fundamental questão “como vivemos nós?”
Desejo sinceramente que o consigam.
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