Como eu disse, avaliarei o dia de ontem, hoje. Muito complicado assistir a tudo que estava acontecendo na sexta-feira (17/10/2008), cheguei até a ver um trecho de “Memória Ta Na Rua”, com direção de Amir Haddad, mas precisei ir para a fila pegar meu ingresso para “Metrópolis”, do Grupo Teatro Urgente, com direção de Marcelo Ferreira.
Como eu disse, para assistir as peças de ontem, as pessoas precisariam se dividir em três ou então gerar clones de si mesmo. Todas as peças, tanto no Teatro Carlos Gomes, Estação Porto e Teatro Universitário se iniciaram as 20:00, com exceção do excelente “O Figurante Invisível”, que começou como ontem, as 19:00.
Eu precisei escolher um dos trabalhos e como tenho o objetivo de assistir o máximo possível de espetáculos do Espírito Santo, fui ver “Metrópolis”.
A idéia inicial do Grupo Teatro Urgente, era se basear na obra cinematográfica de Fritz Lang, Metrópolis, onde os operários são tratados como máquinas e todos vivem em grandes arranhacéus. A idéia começa com três homens dentro de um conteiner e lá agem como se estivessem – eu entendi assim – no espaço, agindo e fazendo os mesmo movimentos, de repente um deles sai desse cotidiano e começa a questionar a tudo.
Eu já estudei com o ator, dançarino e diretor Marcelo Ferreira, e alguns podem achar um absurdo, mas nunca entendi muito seus trabalhos. Marcelo é autodidata e tudo que aprendeu foi com muito esforço e empenho, assim sendo criou seu estudo em cima da expressões corporais desenvolvidas por Kazuo Ohno e Tatsumi Hijikata, que desenvolveram o Butô e Jerzy Grotowsky, pra quem o pouco, é muito. Marcelo sempre trabalhava nosso corpo usando as técnicas de Ohno e assim é desenvolvido esse novo trabalho dele. Os corpos são como bonecos, que dentro da pequena caixa, fazem movimentos e se articulam de forma suave. Vários momentos são muito interessantes, como as várias formas que a caixa pode tomar e tudo que os atores fazem dentro dela. Não a nada como ver um belo trabalho corporal, mesmo que você entenda pouco, mas perceba a leveza e sensualidade expressada.
Agora vamos ao dia de hoje (18/10/2008), onde o Festival conquista mais um dia.
Hoje começamos com teatro de rua no mercado da Vila Rubim. A peça “Cidade das Donzelas”, do Rio de Janeiro, inicia a apresentação as 12:00. As 19:00 teremos a reapresentação de “Memória Ta na Rua”, com direção de Amir Haddad, “O Grande Circo Ínfimo”, com direção de Fernando Marques e ”Dorotéia”, com direção Andréa Freire. As 20:00 apresentam-se as peças “A Paixão e a Sina de Mateus e Catirina”, com direção de Romualdo Freitas e “Dinossuaros”, com direção de Guilherme Reis. As 21:00, mais duas peças, para fechar a noite, a reprise de “Doroteía”, uma obra do mestre Nelson Rodrigues e a comédia, sucesso de público no Teatro Galpão, “Luz, Câmera, Cléopatra em Ação”, com direção de Wilson Nunes. A peça já foi comentada por mim, aqui no blog, mas mesmo assim vou assistí-la novamente, pois gosto dos trabalhos do diretor Wilson Nunes.
Lembrando, os ingressos começarão a ser entregues, nas bilheterias dos teatros, a partir das 13:00. Se não tiver como recolher seu ingresso nesse horário e quiser se arriscar, apareça no teatro que deseja, pois se tiver local, poderão entrar e assistir.
Seguem abaixo as sinopses de cada trabalho desse dia:
Peça: Cidade das Donzelas
Grupo Troupp Pas D’argent/RJ
Dia: 18 de outubro, às 12h
Local: Mercado da Vila Rubim
Duração: 1h
Dia: 19 de outubro, às 16h
Local: Escola de Teatro e Dança FAFI
Narra a história de Carolino, que sem lenço, documento ou certidão, chega à Cidade das Donzelas no meio do sertão e se espanta ao ouvir falar que não existe nem homem nem mulher bonita naquele lugar. Fica sabendo ainda que as moças feias que habitam por lá matam qualquer um que arrisca se aproximar. Tentando desvendar esse mistério acolá, a gente embarca nessa história, temendo nunca mais voltar.
Ficha Técnica
Dramaturgia e direção: Marcela Rodrigues. Supervisão geral: Thales Coutinho (Armazém Cia. de Teatro). Concepção/confecção do figurino: Lílian Meireles e Orlando Caldeira. Arte, cenário e adereços: Natalíe Rodrigues e Marcela Rodrigues. Pesquisa de movimento: Troupp Pas D’argent. Músicos/instrumentistas convidados: Rafael Juliani, Flavio Monteiro e Kátia Jórgensen. Pesquisa popular e musical: Troupp Pas D’argent. Letras e músicas: Marcela Rodrigues. Direção e preparação vocal: Kátia Jórgensen. Direção e preparação instrumental: Rafael Juliani e Flavio Monteiro. Confecção de instrumentos: Troupp Pas D’argent, Flavio Monteiro, Renato Borges da Cruz e Ruy Pessoa. Execução das músicas e sonoplastias: Troupp Pas D’argent. Iluminação: Luiz Paulo Nenen. Operador de luz: Thiago Silva. Maquiagem e caracterização: Troupp Pas D’argent. Programação visual: Lílian Meirelles e Marcela Rodrigues. Direção de produção: Carolina Garcês e Marcela Rodriques. Produção executiva: Aline Mohamad e Darcy Ferreira. Assistente de Palco: Ana Ribeiro. Fotografia Still: Marco dos Anjos. Assessoria de imprensa: Mosaico Comunicações. Realização: Troupp Pas D’argent
Elenco: Carolina Garcês, Jorge Florêncio, Lílian Meireles, Marcela Rodrigues, Orlando Caldeira
Tel: 21 – 9698-6183 / 2234-6202 (Marcela Rodrigues)
Email: marcelateatro@yahoo.com.br
Peça: Memória Tá na Rua
Grupo Tá na Rua/RJ
Duração: 2h
Dia: 18 de outubro às 19h
Local: Praça Mário Elias da Silva - Jardim Camburi
A peça revela momentos marcantes da vida brasileira e mundial das últimas décadas. Como numa trouxa de retalhos, o espetáculo apresenta um panorama de acontecimentos variados que vão desde o desfile da Beija Flor, em 1989 (os mendigos no abre-alas e o Cristo censurado) até o assassinato do presidente chileno Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973. Em outros momentos, entram em cena personagens como o poeta Federico García Lorca e o cantor Vicente Celestino, numa homenagem a estes e outros artistas que marcaram a história com suas criações e trajetórias de vida. A encenação acontece através de um jogo que envolve atores e público. A ordem das cenas é definida através de um “sorteio”, onde a platéia vai retirando de uma cartola os fragmentos de “Memórias” que serão apresentados. Essa dinâmica torna cada espetáculo um acontecimento único, aberto à improvisação e ao acaso, onde o imprevisível é altamente desejável.
Ficha técnica
Direção: Amir Haddad. Texto: Grupo Tá na Rua. Dramaturgia: Alexandre Santini. Produção Executiva: Disnael dos Anjos. Figurino: Miguel Campello. Direção Musical: Grupo Tá na Rua. Sonoplasta: Alessandro Perssan. Contra-regra: Pimpolho Daskandongas.
Elenco
Aldo Perrota, Alessandro Perssan, Alexandre Santini, Ana Cândida Baesso, Herculano Dias, Ingrid Medeiros, Letícia Almeida, Licko Turle, Mery Alentejo, Miguel Campelo, Mônica Saturnino, Tathiane Mattos.
Tel: 61 – 3349-6028 (Disnael dos Anjos)
Email: tanarua@tanarua.com.br
Peça: O Grande Circo Ínfimo
Vitória - ES
Dia: 18 de outubro, às 19h
Duração: 1h.
Local: Teatro Galpão
A ação de O Grande Circo Ínfimo acontece às margens de uma velha estrada que já foi importante e concentrou grande fluxo, mas que, depois da criação de novas vias, ficou quase abandonada. Ali há uma hospedaria que, com a decadência da estrada, também foi sendo esquecida. É nesse cenário que se encontram a dona do estabelecimento e alguns ex-integrantes de uma trupe circense que se dispersou, depois de perceber que não podia competir com as novas formas de entretenimento. Enquanto alguns teimam em resistir com suas atividades, outros procuram caminhos que sejam mais viáveis nas novas circunstâncias.
Grupo Z de Teatro
Ficha Técnica
Texto e Direção: Fernando Marques; Assistência de direção: Carla van den Bergen; Direção de produção: Carla van den Bergen; Produção executiva: Fabiana Junquilho e Francina Flores; Cenário e figurino: Francina Flores; Iluminação e operadora de luz: Carla van den Bergen;
Elenco: Alexsandra Bertoli, Daniel Boone, Fernando Marques, Francina Flores
Tel: 27 – 8809-0277 (Francisco Fernandes Marques Júnior)
Email: grupozdeteatro@grupozdeteatro.com.br
Peça: Dorotéia
De Nelson Rodrigues – Associação Cultural Oficina de Criação Teatral/ MS
Dia: 18 de outubro, às 19h e às 21h
Local: Estação Porto – Armazém 5
Duração: 1h15
A peça desenvolve-se num universo repleto de absurdos, criado pela imaginação das personagens: a abstrata casa de três primas viúvas, todas de luto, num vestido longo e castíssimo. Elas conservam-se em obstinada vigília através dos anos. Nenhuma jamais dormiu para jamais sonhar. Sabem que no sonho rompem volúpias secretas e abomináveis. São feias, têm a pele cheia de espinhas e erupções. Pertencem a uma família na qual as mulheres possuem um defeito de visão: não enxergam os homens. Casam-se sem ver os maridos e, na noite de núpcias, são acometidas por uma náusea, depois da qual seus noivos apodrecem, vão se decompondo. Usam máscaras que representam a duplicidade da realidade em que vivem. Dorotéia é a prima que tem o rosto belo e nu, se veste de vermelho e é a única mulher da família que vê os homens. Só no final, ao se perder de si mesma e assumir a personalidade imposta pela artificialidade e hipocrisia social, renunciando em definitivo à beleza e à vitalidade, ela portará uma máscara hedionda.
Ficha técnica
Texto: Nelson Rodrigues. Direção: Andréa Freire. Cenários e figurinos: Telumi Hellen. Música de cena: Evandro Higa. Iluminação: Renato Machado. Preparação corporal: Miriam Gimenes. Preparação de voz: Inesila Montenegro. Assistente da direção: Belchior Cabral. Produção: Belchior Cabral/Andréa Freire. Assistente de cenários e figurinos: Márcia Gomes. Confecção de cenários: Cláudio Lucchese e alunos do Curso de Arquitetura da UNIDERP. Confecção de figurinos: Ladir Nantes de Melo, Rosária Escobar Freire e alunos do Curso de Moda da UNIDERP. Operador de luz: Cadu Fluhyr. Operador de sonoplastia: Bianca Ribeiro. Técnico de montagem: Rodrigo Werneck
Classificação: 14 anos
Elenco
Ana Luiza Laurentino, Andréa Freire, Michelly Dominq, Jurema de Castro, Camila Britto, Natali Allas dos Santos
Tel: 57 – 8136-4680 (Andrea)
Email: octteatro@gmail.com
Peça: A Paixão e a Sina de Mateus e Catirina
Tropa do Balacobaco - Arcoverde/PE
Dia: 18 de outubro, às 20h
Local: Theatro Carlos Gomes
Duração: 1h20
Catirina, grávida de mais de 12 meses, está com desejo de comer língua de boi. Mateus, por ela apaixonado, tenta de todas as formas driblar as vontades de sua amada, mas por fim, arranca a língua do boi do patrão como prova de amor. O patrão trouxera o novilho para presentear sua filha em seu aniversário e quando vê o animal a estrebuchar, promete matá-los se não derem um jeito. O casal faz de tudo, e cansados de fracassar, resolvem festejar enquanto é tempo. Então acontece o que não esperavam mais, ao som da música, o boi sai a rodar e dançar e cai na folia varrendo o chão. A brincadeira é dividida em cortejo e dramatização, e essa dinâmica depende da interação do público.
Ficha técnica
Texto e direção: Romualdo Freitas. Direção musical: Lula Moreira/Cacau Arcoverde. Figurino/maquilagem: Pedro Gilberto. Execução de figurino: Sandra Lira. Cenário: Romualdo Freitas/Tropa. Execução de cenário e adereços: Tropa. Programação visual: Pedro Gilberto. Digitalização: Márcio Arantes. Projeto de iluminação: Saulo Uchoa. Preparação corporal: Fabian Queiroz. Preparação vocal: Eduardo Espinhara. Assessoria pedagógica: José Manoel. Fotografia: Rodolfo Araújo. Produção: Zácaras Garcia.
Elenco
Ronald Bryan, Pedro Gilberto, Mário Arantes, William di Castilho, Wellington França, Everaldo Marques, Givaldo Silva, Fabiana Moraes, Fábio Beserra, Fabian Queiroz, Lula Moreira, Romualdo Freitas, Wellington Santos, Dalva Laranjeiras
Tel: 87 – 9929-6450 / 8833-2038 (Romualdo Freitas)
E-mail: rfreitasr@yahoo.com.br
Peça: Dinossauros
Grupo Cena Brasília/DF
Dias: 18 e 19 de outubro, às 20h
Local: Teatro do SESI – Jardim da Penha
Duração: 1h
Na madrugada de uma grande cidade, dois desconhecidos se encontram e, aos poucos, estabelecem uma relação que vai do medo ao companheirismo, chegando sutilmente a uma relação de intimidade entre si e com o público. As angústias, as crises, as irrecuperáveis quedas, a tensão dos tempos e das gerações, a convivência desencontrada de cada um de nós, anjos caídos que somos, comovem e emocionam.
Ficha técnica
Texto: Santiago Serrano. Direção e Iluminação: Guilherme Reis
Elenco
Carmem Moretzsohn, Murilo Grossi
Tel: 61 – 3349-6028 (Guilherme Reis)
Email: cenabrasilia@cenacontemporanea.com.br
Peça: Luz, Câmera, Cleópatra em Ação
Vitória - ES
Dia: 18 de outubro, às 21h
Duração: 1h20min
Local: Teatro Universitário
A mais importante e soberana rainha que o Egito já teve é trazida aos palcos numa releitura bem humorada, baseada em fatos e registros históricos. Narra o relacionamento da deusa do Egito com os romanos Julio Cesar e Marco Antonio, evidenciando seu poder de sedução, sua ambição e seu poder, mostrando porque Cleópatra se tornou um dos maiores ícones da história antiga.
Ficha técnica
Texto: Edilson Pedrini; Direção: Wilson Nunes; Sonoplastia: Mariana Araújo; Iluminação: Iara Mendes; Figurinos: Angela Mendes; Adereços: Sandra Nunes e Mara Nunes; Cenário: Weber Pedra Wilson Nunes; Desing gráfico: Fabiano Turbay; Fotografias: Wagner Breciane; Assessoria de imprensa: Edilsosn Pedrini; Coordenação técnica: Sara Mendes; Produção: Edilson Pedrini e Wilson Nunes
Elenco: Edilson Pedrini, Fabiano Turbay, Flaviano Avilloni, Léia Rodrigues, Vander Ildefonso, Wilson Nunes
Tel: 27 – 9981-6795 / 3235-7020 (Edilson Pedrini Ramos)
Email: edilsonpedrini@hotmail.com
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