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domingo, 19 de outubro de 2008

4ª Edição do Festival Nacional de Teatro da Cidade de Vitória – Dia 07

Ontem (18/10/2008) foi uma noite de catarse total.

Tive a oportunidade de assistir “O Grande Circo Ínfimo”, do Grupo Z de Teatro. Se alguém ainda se pergunta por que eles ganharam o prêmio da Funarte, precisam conhecer melhor o trabalho do grupo. Fernando Marques, Carla Van Den Berger, Daniel Boone, Alexsandra Bertoli e Francina Flores mostram que sucesso se conquista a cada espetáculo. Vamos primeiro a história, uma estalagem que fica numa antiga estrada, termina tendo artistas de circo passando a sua porta. Dois deles tentam se alimentar, mas não tem como pagar. A dona do lugar, desiludida com a vida, pois seu ponto não tem mais clientes, devido a uma nova estrada construída, não lhes da o que comer e beber, um deles parte, mas o outro fica e começa a encantar a estalajadeira. Surgem então outros dois membros da antiga trupe circense, que mudaram de vida, por causa dos tempos dificeis. Quando o que viajou reaparece, também, já conseguiu um trabalho, mas não é como artista de circo. O desapontamento surge no coração daquele que ficou na casa, mas mesmo assim ele não desiste do sonho de trabalhar novamente com circo.

Deve ter ficado um pouco dificil de entender, pois esqueci os nomes das personagens, que são ótimos, engraçados. O artista que fica é Boone, que continua atuando como ninguém. O que viaja e retorna com outro trabalho é o Fernando “Dinho” Marques. A dona da estalagem é Alexsandra Bertoli. Os dois outros membros da trupe é novamente Fernando Marques (que se desdobra em dois personagens) e Francina Flores.

A homenagem é ao circo, um local onde a magia surgia aos olhos das crianças, jovens e adultos. Onde foi parar o velho circo? Hoje, tudo que ouvimos são sobre espetáculos como o Cirque du Soleil, mas aqueles artistas, quase mambembes, que viajam o país, distribuindo alegria e encantando a todos, quase desapareceram, esquecidos embaixo de suas lonas e sobre seus picadeiros. Malabaristas, trapezistas, domadores, palhaços e todos que se envolviam naquela magia, simplesmente precisaram se adaptar ou mudar o modo de agir, para poder continuar a existir ou sobreviver. De forma cativante e emocionante, o Grupo Z nos mostra como as coisas mudam e nós terminamos esquecendo e deixando de lado para cada vez mais nos “modernizarmos”.

Depois corri para o Teatro Universitário, onde assisti novamente “Luz, Câmera, Cleópatra em Ação!”. Tá, sou amigo de quase todo o elenco, então fica dificil não acompanhar seus trabalhos. Só que, na visão de um “ator” (apesar de minha longa distância dos palcos, que permanecerá durante um bom tempo), o espetáculo segue sua proposta.

Não existe absurdo nisso. E é isso que faz com que o público busque assistir, cada dia mais. Wilson Nunes, Léia Rodrigues, Edilson Pedrini, Vander Ildefonso, Flaviano Avilloni e Fabiano Turbai, nos contam de forma encantadora a história de Cleópatra, seus dois casos romanos, Julio Cesar e Marco Antonio, seus dois irmãos-maridos, Ptolomeu XIII e XIV e seu servo Apolodório. Na pele de Melanie Marques, Wilson Nunes dá ao público várias gargalhadas, com seus maravilhosos emprovisos.

Eu fico impressionado como a classe artística e a imprensa local tem o costume de malhar os trabalhos de Wilson, sendo que ele o faz para o grande público, sem ferir a inteligência de ninguém. É bem demonstrado nesse trabalho, onde ele mostra que até mesmo a história de Cleópatra, pode ser algo engraçado e encantador, fazendo as pessoas compreenderem. Não é preciso ser um pseudo-intelectual para levar um trabalho para o palco, mas sim saber fazer um trabalho digno e com que o público venha a gostar. Se o artista não faz um trabalho para o público, faz para o que? Festivais? Mostras? Ou talvez para os outros artistas, que só vão ver uma vez!

Depois desse desabafo, vamos dar continuidade ao dia, pois no sétimo dia do Festival tem ainda espatéculos a acontecer.

Hoje (19/10/2008), temos peças teatrais acontecendo nos teatros Carlos Gomes, Universitário, Sesi e na Escola de Teatro e Dança Fafi.

Começamos com a peça “Cidade das Donzelas”, do Grupo Troupp Pás D’argent, com direção de Marcela Rodrigues, as 16:00. No Carlos Gomes, mais uma peça do Espírito Santo, “A Cor Desta Noite”, do Grupo Gota, Pó e Poeria, de Guaçuí, com direção de Carlos Ola, as 20:00. No Teatro do Sesi, a reapresentação de Dinossauros, do Grupo Cena Brasília, com direção de Guilherme Reis, as 20:00. No Teatro Universitário “Quem Casa Quer Casa”, com direção de Jota Jota, as 20:00.

Sei que está meio tarde para eu fazer a divulgação, mas se correrem a qualquer um dos teatros, conseguem pegar seus ingressos para ver algumas das peças. Se eu pudesse recomendar, diria que as pessoas devem assistir a peça de Guaçui, no Carlos Gomes ou de Brasília, no Sesi, mas cada um com seu gosto. Desejo bom espetáculos a todos e bom proveito. Abaixo, como sempre, uma sinopse sobre cada peça.

Peça: Cidade das Donzelas

Grupo Troupp Pas D’argent/RJ

Dia: 18 de outubro, às 12h

Local: Mercado da Vila Rubim

Duração: 1h

Dia: 19 de outubro, às 16h

Local: Escola de Teatro e Dança FAFI

cidade-das-donzelas[3] Sinopse

Narra a história de Carolino, que sem lenço, documento ou certidão, chega à Cidade das Donzelas no meio do sertão e se espanta ao ouvir falar que não existe nem homem nem mulher bonita naquele lugar. Fica sabendo ainda que as moças feias que habitam por lá matam qualquer um que arrisca se aproximar. Tentando desvendar esse mistério acolá, a gente embarca nessa história, temendo nunca mais voltar.

Ficha Técnica

Dramaturgia e direção: Marcela Rodrigues. Supervisão geral: Thales Coutinho (Armazém Cia. de Teatro). Concepção/confecção do figurino: Lílian Meireles e Orlando Caldeira. Arte, cenário e adereços: Natalíe Rodrigues e Marcela Rodrigues. Pesquisa de movimento: Troupp Pas D’argent. Músicos/instrumentistas convidados: Rafael Juliani, Flavio Monteiro e Kátia Jórgensen. Pesquisa popular e musical: Troupp Pas D’argent. Letras e músicas: Marcela Rodrigues. Direção e preparação vocal: Kátia Jórgensen. Direção e preparação instrumental: Rafael Juliani e Flavio Monteiro. Confecção de instrumentos: Troupp Pas D’argent, Flavio Monteiro, Renato Borges da Cruz e Ruy Pessoa. Execução das músicas e sonoplastias: Troupp Pas D’argent. Iluminação: Luiz Paulo Nenen. Operador de luz: Thiago Silva. Maquiagem e caracterização: Troupp Pas D’argent. Programação visual: Lílian Meirelles e Marcela Rodrigues. Direção de produção: Carolina Garcês e Marcela Rodriques. Produção executiva: Aline Mohamad e Darcy Ferreira. Assistente de Palco: Ana Ribeiro. Fotografia Still: Marco dos Anjos. Assessoria de imprensa: Mosaico Comunicações. Realização: Troupp Pas D’argent

Elenco: Carolina Garcês, Jorge Florêncio, Lílian Meireles, Marcela Rodrigues, Orlando Caldeira

Tel: 21 – 9698-6183 / 2234-6202 (Marcela Rodrigues)

Email: marcelateatro@yahoo.com.br

Peça: A Cor Desta Noite

Guaçui - ES

Dia: 19 de outubro, às 20h

Duração: 55 min

Local: Teatro Carlos Gomes

carlos-ola Sinopse

O desgaste na relação de um artista plástico e uma modelo é o ponto de partida para o espetáculo A Cor desta Noite. De um lado está Pedro, acostumado à rotina de seu ateliê e ao isolamento; de outro, Luíza, entediada com tudo aquilo que a ronda, querendo abrir as portas do seu universo, fugir do mundo criado em dois anos de convivência com Pedro. Na angústia de Luíza, o questionamento sobre sua vida profissional, o casamento, as fantasias e principalmente a discriminação quanto à raça negra. Em apenas uma noite, com ela trancada no ateliê e ele se recusando a abrir a porta, fazem uma reflexão sobre a vida, incluindo um flash-back de como e onde se conheceram. Depois de dois anos, as personagens revelam-se, mostram seu interior, colocam pra fora suas mentiras, suas fantasias, seus medos. Supreendem-se ao revelar, a farsa que viveram e o jogo que criaram para fugir da realidade que os cerca.

Grupo Gota, Pó e Poeira

Ficha técnica

Texto e Direção: Carlos Ola; Elenco: Neuza de Souza e Carlos Ola; Sonoplastia: Eliane Correia; Iluminação: Carlos Ola; Cenografia: Paulo Honório e Viviani Bazani; Figurino: Penha Moreira.

Tel: 27 – 9976-1487 / 9252-2287 / 3553-2826 / 3553-2954 (Carlos Francisco Ola)

Email: carlosolagota@hotmail.com ou gotapoepoeira@hotmail.com

Peça: Quem Casa Quer Casa

Vitoria - ES

Dia: 19 de outubro, às 20h

Duração: 50min.

Local: Teatro Universitário

quem_casa_quer_casa Sinopse

Peça teatral é uma comédia de costumes, gênero típico do autor Martins Pena. O texto expõe de forma lúdica as peripécias vividas por uma família no séc. XIX. A trama tem início quando um casal já de idade casa seus filhos e traz para morar consigo a temperamental nora e o genro, que é musico. Começa então um conflito de gerações e personalidades que dá inicio a uma série de confusões.

Ficha técnica

Direção e Produção: Jota Jota; Assistente de direção Warrarú Nunes; Iluminação: Everaldo Nascimento; Sonoplastia Jota Jota; Figurinista e cenotécnico: Vinicius Magalhães

Elenco: Cristina Mascarenhas, Fabrizio Leão, Mell Nascimento, Palmiery Vieira, Warrarú Nunes, Wilton Bastos, Vitória Ramos

Tel: 27 – 811-4169 / 9885-4696 (Jota Jota)

Email: jotator@bol.com.br

Peça: Dinossauros

Grupo Cena Brasília/DF

Dias: 18 e 19 de outubro, às 20h

Local: Teatro do SESI – Jardim da Penha

Duração: 1h

dinossauros[3] Sinopse

Na madrugada de uma grande cidade, dois desconhecidos se encontram e, aos poucos, estabelecem uma relação que vai do medo ao companheirismo, chegando sutilmente a uma relação de intimidade entre si e com o público. As angústias, as crises, as irrecuperáveis quedas, a tensão dos tempos e das gerações, a convivência desencontrada de cada um de nós, anjos caídos que somos, comovem e emocionam.

Ficha técnica

Texto: Santiago Serrano. Direção e Iluminação: Guilherme Reis

Elenco

Carmem Moretzsohn, Murilo Grossi

Tel: 61 – 3349-6028 (Guilherme Reis)

Email: cenabrasilia@cenacontemporanea.com.br

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