Google Website Translator Gadget

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

4ª Edição do Festival Nacional de Teatro da Cidade de Vitória – Dia 08

Antes de começar este texto, preciso dizer a todos que me acompanham que não sou critico teatral e estou longe disso, aqui eu exponho minha opinião, somente. Não influencio ninguém a nada, mas como um ex-estudante de teatro, que conviveu com alguns dos melhores artistas que possuímos, tenho um parco conhecimento sobre interpretação, encenação e marcação em palco. Tudo que falo pode parecer pessoal, mas é uma mera opinião. Abro a quem quiser que dê sua opinião também (sendo que ninguém o faz), já que temos espaço para isso no blog. Que me critiquem, que critiquem as peças que eu coloco aqui, eu não ligo. É só clicar em “Opine!” e escrever o que desejar.

Agora vamos ao dia de ontem (19/10/2008), onde eu só consegui ver um espetáculo, já que todos eram no mesmo horário. Que arrependimento de escolha! Antes tivesse escolhido “Dinossauro”, mas como meu objetivo é de assistir peças do estado por causa do blog e não escolheria “Quem Casa quer Casa”, que não sei o motivo de estar no festival (já assisti a peça, então posso opinar). A opção ficou com “A Cor Desta Noite” do Grupo Gota, Pó e Poeira. Vamos lá, já que a opinião vai ser pesada e ainda preciso opinar “Quem Casa Quer Casa”.

Primeiro a história. Um artista plástico e sua modelo se encontram no atelier dele e começam a ter uma crise em sua “relação”. No desenrolar, descobrimos os motivos da relação ter começado e do motivo de não ter ido a frente.

Agora a peça em si. Me perguntaram: “Não tem nada de bom? Texto? Cenário? Iluminação? Figurino? Atores? Direção? Nada?”… Não é bem assim. O texto de Carlos Ola até foi bem escrito, tem um enredo bom, envolvendo duas pessoas que se conheceram casualmente e vivem uma tórrida relação, sendo que ela mantêm segredos que são descobertos no desenrolar da peça. O cenário é ótimo, o atelier do artista, onde ele pinta, esculpe e desenha. Além do cavalete, existem vários praticados e cadeiras, além de uma tela, onde faz-se projeção e um quadro com várias parte de roupas e objetos femininos.

A iluminação é muito bem realizada e elaborada, com vários tons de vermelho, amarelo e azul, álém de tons ocre e branco, que é o mais usado. Focos projetados sobre eles e pinos são parte também da iluminação, além de uma contra-luz que faz a projeção da silhueta, na tela. Com certeza, essa peça só funcionaria no Carlos Gomes, no Universitário ou no Sesi, devido a necessidade de uma iluminação mais apurada. O figurino era simples, uma dona de casa, que não liga para estar elegantes, um pintor que passa bastante tempo dentro de casa. Um figurino que pode ser comprado numa loja ou num bazar, nada muito emplogante, mas o que me importa mesmo não é nada disso.

Isso são só fatores que ajudam em cena, mas as vezes nem existe a necessidade disso tudo se você sabe interpretar e tem uma boa direção, e é aí que eles pecam. Carlos Ola tem quinze anos (dito por ele mesmo no final), mas não parece. Sua direção é um erro, sem contar que ele atua de forma linear, sem o minimo de intenção. As vezes que eles vêm ao procênio, são excessivas e repetitivas, sem contar que não parece ter relação com as cenas que se desenrolam. Por vezes eles se viram para o público, quando deveriam relacionar-se entre si. Parece mais um recital de poesia. A atriz Neuza de Souza é engraçadinha. Ela consegue fazer algumas pessoas do público rir, com seu modo de falar, quando deseja ser irônica com a situação que está passando e com olhares exagerados, mas quando é preciso interagir com seu colega de palco, ela sente certo receio de encará-lo. É uma pena que uma peça, com tantos fatores positivos, termine sendo um desastre exatamente porquê o que deveria funcionar, não funciona.

Agora vamos a outra peça que aconteceu no Teatro Universitário. Alguns vão se perguntar: “Como você pode falar de uma peça que nem viu?”, assim, se mudou alguma coisa desde que eu assisti na Fafi, então espero que tenha sido para bom. Mas comentando o que eu vi, quando eles atuaram na Fafi, sinceramente, Jota Jota precisa rever seus conceitos. Direção fraca, atuação – da maioria – fraca, mas como alguns se importam com isso, o figurino, a iluminação e o cenário estavam deslumbrantes. Eu não me importo para elementos, eu me importo com o ator, e tirando Wilton Bastos e Cristina Mascarenhas, os outros atores são fracos. Os atores cairam no caricaturismo, coisa que torna a atuação dificil de se aguentar, pois chega um momento que fica chato. Coisas que não se devem arriscar, fazer um gago e um fanhoso, pois sempre fica exagerado e chato, pois é repetitivo demais. Crie outro tipo de problema para a personagem, já que o ator não está apto para personificar um desses dois defeitos ou então faça com que ele estude o suficiente esses problemas, para não ficar feio. Não quero opinar muito, pois talvez eles tenham melhorado, não sei… Vamos deixar assim, minha opinião sobre a peça é que precisa ser revista.

Partindo para o dia de hoje (20/10/2008), estamos chegando ao final dessa edição do Festival Nacional de Teatro da Cidade de Vitória. Hoje só teremos três peças acontecendo nos teatros da capital. As 18:00, teremos na Escola de Teatro e Dança Fafi, a Leitura Dramática “Revolução dos Caranguejos”, com direção de Robson de Paula. As 20:00, teremos no Teatro Carlos Gomes a peça “O Púcaro Búlgaro”, com direção de Aderbal Freire, e no Teatro Universitário a peça “As Noivas de Nelson”, da Cia. Paulista de Artes, com direção de Marco Antônio Braz. Como sempre, para pegar seu ingresso, tem de pegar as 13:00, na bilheteria dos teatros, no caso da Fafi, passar na secretaria. Segue abaixo as sinopses de cada espetáculo que acontecerá:

Leitura Dramática - Revolução de Caranguejos.

Dia: 20 de outubro, às 18h

Direção: Robson de Paula

Duração: 1h

joão-goulart Sinopse

Em 1964, na primeira semana de abril, um estudante, um professor e um tenente escondem-se em um pequeno apartamento em Brasília, enquanto no país ocorre o Golpe Militar que derrubou o presidente João Goulart

Elenco

Hudson Braga, Cleverson Guerrera, Ricardo Amaro,

Ficha técnica

Texto: Antônio Carlos Neves

Direção: Robson de Paula

Operador de som: Anderson Ribeiro

Produção: João Vitta

Peça: As Noivas de Nelson

Cia Paulista de Artes/SP

Dia: 20 de outubro, às 20h

Local: Teatro Universitário - UFES

Duração: 1h20

asnoivasdenelson090308 Sinopse

As Noivas de Nelson é uma fantasia patético-surrealista baseada em cinco contos de “A Vida Como Ela É”, em que todas as histórias envolvem, de alguma maneira, o noivado, o casamento e a viuvez. Diante da ordem bíblica “crescei e multiplicai-vos” ou do chamado da natureza para a procriação da espécie, as narrativas traçam uma radiografia patética do ser humano e seus encontros e desencontros à procura do amor. Da exibição de pequenas falhas que ganham dimensões trágicas, o espetáculo reflete, com muito humor, a dicotomia Amor X Morte, elemento fundamental da ficção e do teatro de Nelson Rodrigues.

Ficha técnica

Texto: Nelson Rodrigues. Direção: Marco Antônio Braz. Assistente de direção: Anamaria Barreto. Figurinos e Cenários: Juliana Fernandes. Iluminação: Guilherme Bonfanti. Assistente iluminação: Rodrigo Gatera. Sonoplastia: Marco Antônio Braz/Nando Perlatti. Produção executiva: Marcelo Peroni. Assistente de produção: Marici Nicioli. Fotografia: João Ballas. Designer gráfico: Rosangela Torrezin

Elenco

Aline Volpi, Ana Paula Castro, Anamaria Barreto, Basilides Ortega, Edivaldo Zanotti, Marcelo Peroni, Marici Nicioli, Rosangela Torrezin, Vladimir Camargo, Vivi Masolli

Tel: 11 – 7140-3831 (Marcelo Perone)

Email: marceloperone@uol.com

Peça: O Púcaro Búlgaro

Aderbal Freire Filho/RJ

Dias: 20 e 21 de outubro, às 20hs

Local: Theatro Carlos Gomes

Duração: 2h

Pucaro_LauraAlvim-786809 Sinopse

São 40 breves cenas para contar a história de um homem que tem dúvidas sobre a existência da Bulgária depois de encontrar, num museu da Filadélfia, um púcaro búlgaro. Para se certificar, resolve iniciar uma expedição até lá. No bairro carioca da Gávea, inicia sua empreitada colocando um anúncio no jornal a fim de arregimentar uma equipe para a viagem, o que atrai tipos estranhos. A história é exatamente o diário dessa expedição. Intercala um humor popular, escrachado, com outro sofisticado e cheio de referências cultas, mais sutis.

Ficha técnica

Direção: Aderbal Freire. Texto original: “O Púcaro Búlgaro”, de Campos de Carvalho. Direção: Aderbal Freire Filho.

Elenco

Ana Barroso, Candido Damm, Gillray Coutinho, Isio Ghelman, José Mauro Brant

Tel: 21 – 2527-8241 / 8134-9303 (Ana Barroso)

Email: teatroana@uol.com

Nenhum comentário: